A Petrobras vai dedicar atenção especial à transformação digital no seu novo plano de negócios e gestão para o período 2019-2023, previsto para ser divulgado no início de dezembro. A companhia está trabalhando na estruturação da área específica de transformação digital, que será vinculada à diretoria de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão da companhia, mas funcionará fisicamente separada de todas as demais bases da estatal. O local, porém, ainda está sendo definido.
"Não podemos falar em números [de investimentos] agora, mas essa área terá seu próprio orçamento, vinculado à geração de valor. Esperamos gerar bilhões em termos de resultado positivo para a companhia", conta o diretor de Estratégia de Organização e Sistema de Gestão da Petrobras, Nelson Silva. "Dentro desse orçamento 2019-2023, vai ter uma reserva para transformação digital".
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Ainda não está definido o número de pessoas que vão compor a equipe de transformação digital da estatal, que será coordenada por Augusto Borella, gerente geral de transformação digital da petroleira.
"Isso [número de componentes da equipe] vai depender do número de projetos que vamos ter [na área]. Estamos definindo a carteira ainda", explica Silva.
Segundo o executivo, a necessidade de redução do preço de equilíbrio dos projetos é algo cada vez mais crítico na indústria petrolífera. Por esse motivo, a transformação digital tem ganhado importância cada vez maior nos planos da companhia.
"O importante é estar sempre trabalhando com esse esforço de operar a companhia a preço de equilíbrio de petróleo internacional cada vez mais baixos. E a tecnologia digital tem esse papel muito importante, no sentido de permitir com que você melhore a produtividade e reduza custos para atingir esse objetivo", afirma Silva.
Nessa linha, uma das principais metas da empresa é reduzir para pouco menos de três anos o tempo entre a vitória de um bloco em um leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o primeiro óleo extraído no local. "Um dos desafios que colocamos é fazer isso em mil dias", afirma o executivo.
"Na medida em que não temos nenhum controle sobre o preço do petróleo e que temos que ser uma empresa rentável em qualquer cenário, é importante estarmos sempre buscando melhor produtividade, de maneira incessante. Isso tem de fazer parte do nosso dia a dia. E vemos a tecnologia digital como uma maneira crítica para que alcancemos esses objetivos", explica Silva.
Entre os exemplos de projetos desenvolvidos pela empresa está o monitoramento e análise em tempo real da pressão durante a perfuração dos poços, por meio de robôs. O sistema, que já funciona há pouco mais de três anos, já evitou perdas da ordem de US$ 100 milhões.
A área jurídica da empresa também conta com automação para fazer análise de aproximadamente 55 mil processos, em apenas 12 minutos, permitindo maior previsibilidade sobre chances de ganho ou perda de processos similares.
Fonte: Valor