BRASÍLIA – A Petrobras negou as irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nas obras da refinaria Abreu e Lima, em construção em Recife (PE). Em relatório divulgado nesta terça-feira, o tribunal recomendou que o governo suspenda a obra.
Segundo o TCU, a lista de irregularidades inclui uma série de contratos com valores excessivos frente àqueles praticados pelo mercado. A refinaria já foi objeto de outros pedidos de paralisação feitos pelo TCU em anos anteriores. No ano passado, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva ignorou a recomendação dos auditores e pediu que a obra fosse retirada da lista de paralisações, medida preventiva para garantir o repasse de investimentos à refinaria.
Por meio de nota, a Petrobras informou que “não há superfaturamento, sobrepreço ou qualquer outra irregularidade em suas obras”. Segundo a empresa, “o que se verifica nos casos apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) são formulações e interpretações divergentes daquelas adotadas pela Companhia”.
“Uma refinaria é um empreendimento de grande complexidade e com especificidades próprias. Essas obras apresentam uma série de diferenças práticas, tais como logística, qualificação da mão-de-obra, localização geográfica, garantias contratuais, entre outras”, informou a Petrobras.
A empresa alega que, na formação de sua estimativa de preços, também leva em conta aspectos relativos a itens de segurança, meio ambiente, saúde e responsabilidade social.
“O Tribunal não considera estes itens, entendimento que resulta em diferenças nos valores apurados pela Companhia e pelo TCU. A Petrobras, como em todos os casos, tem colaborado sistematicamente com os órgãos de controle e fiscalização. Quando há divergências, procura esclarecê-las, como tem feito com o TCU.”
(Fonte: Valor Econômico/André Borges)
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