A Petrobras estaria abrindo mão de 51% de seus ativos na Argentina, segundo os jornais argentinos "La Nación" e "Clarín".
Os possíveis compradores seriam dois empresários aliados do kirchnerismo. Um deles é Cristóbal López, dono do grupo Indalo, ligado aos meios de comunicação. López recentemente adquiriu o canal de notícias 24h C5N e atua também nos setores de casinos e gado.
O outro é Eduardo Eunerkian, dono da Corporação América, que opera os aeroportos de Buenos Aires e Montevideu e, recentemente, venceu o concurso para operar também o de Brasília.
Segundo a imprensa do país, um anúncio sobre a venda dos ativos da Petrobras Argentina seria feito na sexta-feira (22).
Procurada, a Petrobras informou que não iria comentar o assunto.
Mas a Folha apurou que há anos existe uma insatisfação na estatal com os resultados da subsidiária e com o controle de preços de combustíveis no país vizinho. A questão, no entanto, é delicada por causa da proximidade do governo brasileiro o de Cristina Kirchner.
Em um primeiro sinal de que preparava a saída do país, a Petrobras vendeu uma refinaria na Argentina no ano passado. O segmento é o que dá mais prejuízo por causa do controle de preços.
PETROBRAS ARGENTINA
Em 2012, a Petrobras Argentina (que controla unidades na Bolívia, Venezuela e outros países da América do Sul) lucrou R$ 256 milhões, 16% a menos que em 2011. A queda do lucro, no entanto, foi menor do que o da Petrobras como um todo (36%).
A operação na Argentina e nos demais países sob o guarda-chuva da subsidiária do país vizinho geraram um faturamento de R$ 4,8 bilhões em 2012 --apenas 1,7% do total da Petrobras.
Somente na Argentina, onde está a maior parte das operações, a produção de óleo e gás somou 91 mil barris/dia --3,5% da produção total de óleo e gás da Petrobras (2,598 milhões de barris/dia).
Após anos em declínio, houve alta da extração de 6% na Argentina no ano passado graças ao início de produção de novos campos.
Fonte: Folha / Sylvia Colombo e Pedro Soares
PUBLICIDADE