A petroleira YPF anunciou ontem que descobriu reserva de gás com volume estimado em 127 bilhões de metros cúbicos na província de Neuquén, oeste da Argentina.
Segundo a empresa, a exploração será feita em conjunto com a Vale, que terá direito à metade dos 4 milhões de metros cúbicos diários que devem ser produzidos nos próximos anos.
O combustível será usado pela companhia brasileira para garantir as operações da mina de sais de potássio, com previsão para ser instalada na província de Mendoza a partir de 2011. A Vale não divulgou quanto deve investir na exploração da reserva.
Segundo o vice-presidente da YPF, Sebastián Eskenazi, o custo da extração do gás ficará acima da média, porque será feita de forma não convencional, em rochas duras a mais de 3.000 metros de profundidade.
A YPF, que pertence à espanhola Repsol (85,1%) e a investidores argentinos (14,9%), fornece quase 40% do gás consumido na Argentina e, com a descoberta, elevou suas reservas de seis para 16 anos de horizonte.
Há 13 anos, a companhia não conseguia repor suas reservas e vinha reduzindo a produção.
O anúncio foi festejado pelo governo argentino, que é pressionado pela queda das reservas de combustíveis fósseis do país. De 2001 a 2009, o horizonte da exploração de gás na Argentina havia caído de 17 para 7,8 anos.
Segundo a YPF, a reserva anunciada ontem "é o princípio de algo que pode ser muito grande". Integrantes do governo argentino disseram informalmente que os recursos da bacia de Neuquén podem garantir o fornecimento de gás ao país pelos próximos 50 anos.
Fonte:Folha de São Paulo/GUSTAVO HENNEMANN/DE BUENOS AIRES
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