Os preços do petróleo tiveram uma sessão de volatilidade elevada nesta segunda-feira (13), após o acordo histórico entre países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, no fim de semana, e terminaram o dia sem direção única.
Nem mesmo a publicação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu Twitter, foi capaz de sustentar os contratos futuros da commodity em ritmo forte de alta. Nela, o líder da Casa Branca afirmou que o objetivo da Opep + é cortar a produção de petróleo em 20 milhões de barris por dia, e não em 10 milhões, como no acordo firmado no domingo (12).
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Assim, os contratos futuros do Brent para junho encerraram a sessão em alta de 0,82%, a US$ 31,74 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os futuros do West Texas Intermediate (WTI) encerraram o dia em queda de 1,53%, a US$ 22,41 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
Os investidores avaliam que os cortes acertados pelo cartel de petróleo devem ser insuficientes para fazer frente ao colapso na demanda provocada pela paralisação da economia global, na tentativa de conter a propagação da pandemia do novo coronavírus.
"O histórico acordo da Opep + deste fim de semana para retirar 9,7 milhões de barris por dia do mercado a partir de 1º de maio estava, em grande parte, alinhado com as expectativas, provocando uma resposta de preço bastante moderada na manhã desta segunda", afirmaram os analistas da Enverus, com sede no Texas.
"Embora quaisquer cortes na produção sejam certamente melhores do que nenhum, a magnitude do aumento dos estoques globais projetados para abril e maio ainda pode resultar em reduções significativas na produção dos Estados Unidos e do Canadá, à medida que as refinarias diminuem a produção."
Há ainda o temor entre os investidores de que a Opep não consiga fazer com que o acerto seja cumprido pelos países signatários.
Para o Goldman Sachs, essa pode ser uma das razões pelas quais os mercados de petróleo tenham esboçado uma reação contida ao acordo hoje.
"Em um cenário otimista, assumindo o cumprimento total do núcleo da Opep e 50% de conformidade por todos os outros participantes já em maio (contra 35% alcançados em janeiro e fevereiro de 2019, apesar de o novo corte ser 8 vezes maior), o corte voluntário da Opep + levaria apenas a uma redução real de 4,3 milhões de barris por dia na produção em relação aos níveis do primeiro trimestre de 2020 ", escreveu o analista Damien Courvalin.
Fonte: Valor