Os contratos futuros de petróleo estão operando acima de US$ 40 por barril, uma reviravolta notável para um produto que foi negociado brevemente abaixo de zero em abril.
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Nesta terça-feira, os contratos futuros do petróleo Brent (agosto), a referência mundial, subiram 1,2%, para US$ 43,58 por barril. Os contratos do WTI ganham 1,1%, para US$ 41,17. Na segunda-feira, o contrato intermediário do WTI subiu acima de US$ 40 pela primeira vez desde 6 de março.
A recuperação foi estimulada por dois fatores: 1) a demanda está aumentando gradualmente à medida em que as economias em todo o mundo reabrem, e 2) os produtores reduziram a perfuração para impedir o aumento da oferta.
O petróleo ainda tem um longo caminho a percorrer antes que os produtores possam sinalizar que tudo está claro. Por US$ 40, a maioria dos produtores dos EUA não pode ganhar dinheiro com novos poços.
Mas o barril a US$ 40 tem sido uma espécie de barreira psicológica nos últimos meses, e quebrá-la é um sinal muito positivo. Para que o “momentum” continue, os EUA e outros países precisarão encontrar uma maneira de conter o aumento nos casos de covid-19 nas próximas semanas. Casos crescentes em alguns estados já começaram a afetar as empresas - as lojas da Apple fecharam em vários estados com infecções crescentes, por exemplo.
Os traders também estão claramente preocupados com o aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China. O consultor de comércio da Casa Branca, Peter Navarro, assustou o mercado na noite de segunda-feira, quando disse que o acordo comercial estava "acabado", mas o presidente Donald Trump procurou tranquilizar os mercados.
“Os preços do petróleo já estavam vulneráveis antes dos comentários de Navarro, que foram rapidamente refutados pelo assessor da Casa Branca Larry Kudlow e pelo presidente Trump”, escreveu o analista Edward Moya da corretora Oanda. “Esta manhã, os preços do petróleo recuperaram todas as suas perdas com os comentários confusos do Navarro sobre o comércio e subiram depois que as leituras globais do PMI [de manufatura] formaram um argumento convincente de que a demanda pelo petróleo continua melhorando”.
As ações que tiveram melhor desempenho desde 6 de março estão mais focadas em gás natural do que em petróleo, porque o gás começou sua recuperação mais cedo. Os traders apostaram que a desaceleração na perfuração de petróleo também reduzirá o gás natural associado que as perfuradoras de petróleo produzem. A menor produção de gás deve ajudar o equilíbrio entre oferta e demanda dessa mercadoria.
Os principais ações de energia no S&P 500 desde 6 de março são Williams Companies, com alta de 12%, HollyFrontier, com +11%, e Cabot Oil & Gas, com +10%. A Williams processa e transporta gás natural, a Holly é uma refinadora e a Cabot produz gás natural.
A Hess, é a única empresa produtora de petróleo com sinal positivo no S&P 500, subiu 4% desde a última vez em que o óleo foi comercializado acima de US$ 40. Analistas se interessaram pela Hess por causa de seu projeto promissor na costa da Guiana na América do Sul. O acordo, que a Hess compartilha com a Exxon Mobil e com a empresa chinesa Cnooc, pode resultar em mais de 8 bilhões de barris de petróleo nos próximos anos. Além de Hess, todos os outros produtores focados em petróleo do S&P 500 ainda estão em queda desde 6 de março.
Fonte: Valor