CURITIBA - O procurador regional da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, disse que os diretores da Petrobras presos até agora na Operação Lava-Jato, grupo que definiu como “camarilha”, constituem o núcleo principal de corrupção e irregularidades na estatal. Embora reafirme que ainda há muito o que investigar na estatal, Lima diz acreditar que, daqui para frente, haverá menos novidades de corrupção no nível de diretoria da estatal.
“Podemos dizer que, dentre os diretores, dentre esse grupo de diretores presos, Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Renato Duque (Serviços), Nestor Cerveró (Internacional) e Jorge Zelada (Internacional) constituem o núcleo principal das investigações e das falcatruas do desvio de dinheiro público da Petrobras”, afirmou Lima, em coletiva na superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, para detalhar a 15ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada nesta quinta-feira.
Os prejuízos da corrupção para a Petrobras, segundo as investigações, podem ser muito maiores do que foi apurado até agora, afirmou a Polícia Federal. Isso porque, além do custo das propinas, os esquemas de corrupção causaram perdas à estatal pela formação de cartel e pelo sobrepreço garantido às empresas contratadas.
O delegado Igor Romário de Paula diz que as perdas para a empresa podem chegar até 20% do valor de cada contrato.
Zelada, que foi preso nesta quinta-feira, quando foi deflagrada a 15ª fase da Operação Lava-Jato, sairá do Rio para Curitiba, com expectativa de chegar nessa cidade no início desta tarde.
As investigações envolvem a atuação de Zelada não só à frente da diretoria Internacional da Petrobras, mas também na época em que ele era diretor de Serviços da companhia. As diretorias de Internacional e Serviços, segundo a procuradoria, atraíam tais esquemas porque era onde circulavam mais dinheiro na estatal.
(Fonte: Valor Econômico/Por Lígia Guimarães)
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