A recuperação da demanda brasileira de aço freou por ora. O consumo aparente de produtos siderúrgicos, que reúne produtos nacionais e importados, chegou a 1,5 milhão de toneladas em julho, informou na sexta-feira o Instituto Aço Brasil. O volume representa queda de 11,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, seguindo a toada de baixa já registrada há meses, mas também recuo de 5,2% frente a junho, uma novidade.
Antes, em maio e junho, a demanda por aço havia crescido na comparação mensal. Se seguir o ritmo médio mensal de 2016 no resto do ano, o consumo aparente termina 2016 perto de 17,9 milhões de toneladas, ou 16% a menos do que em 2015. A previsão oficial do Aço Brasil é de 18,2 milhões de toneladas. Se ficar entre 1,5 milhão e 1,6 milhão de toneladas por mês até dezembro, a estimativa será alcançada.
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Em teleconferências para comentar o resultado do segundo trimestre, CSN, Gerdau e Usiminas, três principais siderúrgicas do país, disseram que a demanda dá sinais de que o "fundo do poço" ficou para trás. Isso significa que nos meses subsequentes, o crescimento da demanda por aço no país pode voltar.
Ainda de acordo com os dados do Aço Brasil, as usinas produziram 2,7 milhões de toneladas de aço bruto no mês passado, 6% a menos do que em julho de 2015. Ante o mês imediatamente anterior, contudo, foi registrada alta de 6,4%. Essa quantidade foi a maior desde outubro do ano passado, ou seja, em nove meses.
Foi a terceira vez em sete meses deste ano que o volume fabricado pelas usinas cresceu, frente ao mês imediatamente anterior, de acordo com o Aço Brasil. A produção é 81% superior ao consumo aparente no período.
As vendas das companhias ao mercado interno somaram 1,39 milhão de toneladas. O recuo é de 3,3% sobre igual mês do ano passado e de 6,8% de junho para julho. O volume comercializado no exterior chegou a 947,2 mil toneladas, 18,2% a menos do que em julho de 2015 e baixa de 14,1% ante junho deste ano. Assim, começa a perder força uma das principais saídas eleitas pelo setor para a crise de demanda que vive o Brasil.
Já as importações seguem não sendo ameaça relevante. Foram 111,5 mil toneladas em julho, ou 7,4% do consumo aparente. A queda em comparação anual é brutal, de 58,8%. Já de um mês para o outro, houve avanço de 20,7%. A penetração encontrava-se em 5,8% em junho.
No acumulado de 2016, o consumo aparente encontra-se em 10,5 milhões de toneladas, recuo de 22,1% na comparação anual. As vendas internas caíram 13,9%, para 9,6 milhões de toneladas, e as externas subiram 3%, para 7,1 milhões de toneladas. As importações atingiram 852,8 mil toneladas, baixa de 63,5%. A produção totaliza 17,6 milhões de toneladas, ou 12% a menos.
Fonte:Valor Econômico/Por Renato Rostás | De São Paulo