Empreendimento vai contar com quase 24 mil operários trabalhando no local. Já falta mão de obra para algumas funções e a questão preocupa
Um exército de mão de obra equivalente a um terço da população do município de Ipojuca. Será esse o cenário do canteiro de obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), no Complexo de Suape, a partir de maio do próximo ano, quando o empreendimento entra no pico de montagem. Serão 23.800 operários trabalhando na obra, além de 5.000 nas chamadas oficinas de campo (piteshop), que funcionam fornecendo componentes periféricos para as empresas. A correria, agora, é qualificar profissionais para atender ao empreendimento. Hoje, categorias profissionais como carpinteiros já estão indisponíveis no mercado. O assunto foi discutido ontem, no Complexo de Suape, por diretores da Petrobras e representantes do governo do Estado, que visitaram as obras da Rnest.
Três programas prometem formar profissionais para atender à demanda: o Plano Setorial de Qualificação (Planseq), o Reforço de Escolaridade e o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). O caminho para os profissionais interessados em disputar as vagas para a construção e montagem da refinaria é se cadastrar na Agência do Trabalho de Pernambuco, de onde serão selecionados os alunos para os cursos de qualificação. Para o Planseq e o Prominp, a escolaridade mínima exigida é o ensino fundamental II (8ª série).
“Hoje temos um estoque de profissionais de 4.271 que acabaram de ser formados no quarto ciclo do Prominp, mas precisamos acelerar as qualificações para acompanhar o ritmo dos empreendimentos”, reconhece o coordenador do Fórum Regional do Prominp em Pernambuco, Antônio Sotero. A expectativa é que ainda este ano seja iniciado o quinto ciclo do Prominp, com 7.859 vagas para o Estado. Os cursos têm duração variável de 25 dias até três meses, dependendo do cargo. Entre as categorias estão soldadores, pintores industriais e caldeireiros. O programa paga uma bolsa-auxílio de R$ 300 para os alunos de nível básico que estiverem desempregados. O início do 5º ciclo do Prominp ainda aguarda aprovação da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Em paralelo, o governo de Pernambuco vai realizar a segunda edição do Reforço de Escolaridade. O objetivo do programa é ministrar aulas de português, matemática e raciocínio lógico para 10 mil candidatos. A proposta é garantir que as vagas do Prominp sejam ocupadas. Na última edição do programa 20% dos cursos deixaram de ser preenchidos porque os candidatos não passaram nas provas.
Sotero adianta que a expectativa é que o Planseq realize ainda este mês a seleção das instituições que vão ministrar os cursos para a área de petróleo e gás. “Serão 6.180 vagas para carpinteiros (2.320), armadores (700), pedreiro (1.920) e encanador (1.240)”, enumera. O programa também oferece ajuda de custo de R$ 300 para os desempregados e os cursos têm duração de 50 dias letivos.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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