O empresário Eike Batista e o presidente do grupo asiático, Deng Qilin, se reúnem com o governador Sérgio Cabral
Rio - O Complexo do Superporto do Açu, importante polo industrial e logístico instalado em São João da Barra, no Norte Fluminense, ganhará em até três anos uma siderúrgica, com capacidade para fabricar cinco milhões de toneladas de aço por ano. O acordo firmado entre a empresa EBX e a estatal chinesa Wuhan Iron and Steel (Wisco) beneficiará todo o estado. Na sexta-feira (16), o empresário Eike Batista e o presidente do grupo asiático, Deng Qilin, se reuniram com o governador Sérgio Cabral para apresentar os detalhes da parceria. Com investimento de US$ 5 bilhões - US$ 3,5 bilhões oriundos da Wisco e US$ 1,5 bilhão da EBX - o empreendimento ajudará a agregar valor às exportações brasileiras. A expectativa é de que a produção seja destinada, principalmente, ao mercado chinês. O negócio marca uma nova fase na relação entre os dois países. Esse projeto é o maior investimento realizado pela China no Brasil e o mais caro do país asiático no setor siderúrgico fora de seu território.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviço, Julio Bueno - que participou da reunião com os empresários, ao lado do secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, da secretária do Ambiente, Marilene Ramos, e do presidente da Cedae, Wagner Victer - a consolidação da assinatura do memorando de entendimento para a implantação da siderúrgica é importante não só para a economia do Rio de Janeiro, mas para o desenvolvimento de todo o Brasil.
- A Wisco já tomou a decisão e realizou o estudo de viabilidade técnico-econômica. Na verdade, a decisão mostra claramente o ciclo da siderurgia no Brasil. Em mais de 30 anos, implantamos apenas duas novas siderúrgicas: uma inaugurada no ano passado no estado, que foi a Votorantim, em Resende, e a segunda é a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que vamos lançar em breve em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. E vamos instalar outra. O país está no ciclo de expansão de sua siderurgia - explicou Julio Bueno.
No Brasil, a empresa de fabricação e tratamento de aço produzirá chapas para atender à demanda da indústria naval. A siderúrgica deve exportar cerca de US$ 5 bilhões por ano. A cada três toneladas exportadas de minério de ferro para a China, uma tonelada de aço, que custa dez vezes mais, será embarcada. Segundo o secretário, os chineses pretendem iniciar as obras da nova siderúrgica em seis meses. Os primeiros passos seriam a concessão da licença ambiental e o trabalho de terraplanagem. Em um ano, o Estado acompanhará o crescimento do empreendimento.
Na manhã de sexta-feira, uma comitiva chinesa, formada por 100 empresários, visitou as obras do Porto do Açu. O encontro faz parte do evento Investindo no Rio de Janeiro: Superporto do Açu - Porta de entrada do Brasil para as empresas chinesas, que está sendo realizado pelo grupo EBX em parceria com o Ministério do Comércio da China, Câmara Chinesa do Comércio para Importação e Exportação de Maquinários e Produtos Eletrônicos e Strategus Consultoria. O objetivo é apresentar o complexo como alternativa para implantação de empresas chinesas no Brasil. Desenvolvido pela LLX, subsidiária do grupo EBX, o Complexo do Superporto do Açu é o maior investimento do Brasil em infraestrutura portuária. Com licença prévia ambiental e de instalação já concedidas, o empreendimento deve começar a funcionar no primeiro semestre de 2012. O porto, instalado próximo aos campos de petróleo offshore das bacias de Campos, Santos e do Espírito Santo, será uma nova alternativa para escoamento da produção de estados do Centro-Oeste e Sudeste, que sofrem com a falta de acesso logístico. Serão investidos R$ 4,3 bilhões.
O complexo contará com dez berços de atracação, sendo quatro para minério de ferro, dois para movimentação de petróleo, um para carvão e três para produtos siderúrgicos, escória, granito e ferro-gusa. O Superporto do Açu oferece condições favoráveis para a instalação e desenvolvimento de indústrias, incluindo plantas de siderurgia, termelétrica, gaseificação, indústria automotiva, polo metal-mecânico, tratamento de petróleo, armazenagem e logística. As empresas contam com os incentivos fiscais do Estado do Rio, através da lei do ICMS.
Fonte: Diário do Vale
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