O Rio começou um movimento para se tornar a meca do resseguro no país. Corre no mercado, com o apoio da Rio Negócios, agência de promoção de investimentos da cidade, um memorando de intenções para a criação do Centro Nacional de Resseguros do Rio de Janeiro. O documento, encabeçado por uma carta da prefeitura, convida empresários do setor a se estabelecerem num mesmo local, no Porto Maravilha, principal projeto de revitalização urbana da cidade, com vocação para abrigar escritórios.
Segundo um dos organizadores do movimento, mais da metade do empresariado que compõe o setor já assinou o memorando. Os defensores da ideia dizem que, aglutinadas no mesmo centro, essas companhias poderiam reduzir custos e ganhariam com a facilitação de negócios.
"Esse tipo de coisa é provocadora", disse Marcelo Haddad, diretor-executivo da Rio Negócios. Ele explicou que, de posse da declaração de intenção dessas empresas de se instalarem no centro, a Rio Negócios vai partir em busca de incorporadores potencialmente interessados em erguer o espaço que abrigará os respectivos escritórios. Nas estimativas dele, serão necessários aproximadamente 10 mil metros quadrados para reunir o setor.
No ano passado, conforme a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a atividade de resseguros movimentou no Brasil o equivalente a US$ 2,8 bilhões. Conforme Marco Antônio de Simas Castro, presidente do grupo ressegurador Lloyd's no país, a maior parte dos corretores mais atuantes nesse setor já está no Rio, mas mais da metade das companhias resseguradoras tem sua matriz em São Paulo. Primeiro signatário do memorando e patrono da proposta de criação do centro, Castro conta que 16 das 30 empresas que o movimento tinha como prioridade cativar já subscreveram o texto. Todas, porém, já sediadas na cidade.
"Evidentemente, as empresas de São Paulo são mais reticentes", explicou Castro. "Mas a conversa começou mais recentemente", acrescentou ele, que espera ver a adesão dessas empresas à medida que a ideia se torne palpável.
Um estímulo ainda mais forte para atração dessas empresas para a cidade segue paralela à proposta de criação do centro, mas a passo muito lento. Desde 2009, tramita na câmara de vereadores do Rio um projeto de lei, encaminhado pelo prefeito Eduardo Paes, que prevê a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS), de 5% para 2%. O projeto, segundo Haddad, chegou a ser colocado em pauta, mas não foi votado.
(Fonte:Valor Econômico/Marcelo Mota | Do Rio)
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