O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pediu ontem ajuda do governo federal para concluir o trecho Norte do Rodoanel. Ele disse que a licitação deverá ser feita em junho e que o trecho, orçado em R$ 4,5 bilhões (incluindo as desapropriações) nos próximos quatro anos, será feito exclusivamente com recursos públicos. Os trechos Sul e Oeste já estão prontos e o trecho Leste está em construção pelo sistema de concessão com a iniciativa privada. O trecho Norte está em fase de licenciamento ambiental. "Com isso, vamos ligar o maior aeroporto brasileiro, que é o de Cumbica, ao maior porto da América do Sul, localizado em Santos e que atende sete estados."
Alckmin fez o pedido diretamente à presidente Dilma Rousseff, durante audiência no Palácio do Planalto. Foi a segunda vez que os dois se encontraram em uma audiência privada, a primeira em Brasília. A anterior aconteceu em São Paulo, junto com o prefeito da capital, Gilberto Kassab (DEM). O governador sugeriu que um terço dos recursos para o trecho Norte do Rodoanel sejam federais e dois terços dos cofres do governo estadual. "Já existem, inclusive, R$ 371 milhões previstos no Orçamento Geral da União para as obras do PAC 2", disse o governador.
Ele citou ainda que, quando o trecho Norte estiver concluído, estará pronto o maior anel metropolitano do mundo, ligado a outras rodovias importantes, como Fernão Dias, Dutra e Ayrton Senna. "A presidente Dilma gostou e foi muito receptiva à nossa proposta, porque ela tem uma preocupação com a questão logística e portuária", completou.
Alckmin também confirmou que a presidente Dilma está atenta a um dos principais gargalos no setor de infraestrutura nacional - a falta de aeroportos para atender a demanda crescente de passageiros e cargas. O tucano considera duas obras emergenciais para o Estado de São Paulo: a construção do terceiro terminal de passageiros em Cumbica e a construção do segundo terminal e da segunda pista no aeroporto de Viracopos. Ele citou que estas obras já estão com licença ambiental estadual aprovada.
Para ele, as questões emergenciais não podem ocultar obras de médio e longo prazo. "A longo prazo, teremos que construir um terceiro aeroporto na região metropolitana de São Paulo", disse ele, sem adiantar onde seria este novo aeroporto. O governador também admitiu que o Estado analisa a possibilidade de concessões privadas para alguns dos 31 aeroportos estaduais que existem em São Paulo. "Principalmente nos maiores, como Ribeirão Preto, Bauru e Presidente Prudente", enumerou. Os estudos para a concessão dos aeroportos estaduais foram iniciados no governo de José Serra em 2008.
Alckmin também elogiou uma obra incluída no PAC 2 e que foi duramente criticada pelo então candidato do PSDB à Presidência, José Serra, durante a campanha eleitoral de 2010: o Trem de Alta Velocidade, ligando o Rio a São Paulo. "Precisamos integrar os modais. O TAV vai ligar um dos maiores aeroportos do país (Viracopos) a outro grande aeroporto (Galeão)."
O governador também espera convencer o governo federal a aumentar a capacidade de endividamento do Estado para investir em diversas obras, inclusive naquelas que precisam ser inauguradas para a Copa do Mundo de 2014.
Fonte: Valor Econômico/Paulo de Tarso Lyra | De Brasília
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