Sete Brasil tem novo prazo para honrar dívidas
- Redação
- Economia
A Sete Brasil, empresa criada para contratar a fabricação de plataformas e sondas de petróleo para a Petrobras, confirmou que chegou a um acordo com seus credores para rolar por 90 dias suas dívidas de curto prazo. Em nota, a companhia informou que assinou, em 31 de março, um memorando de entendimento com seus credores financeiros "suspendendo o direito de qualquer execução de dívidas" por esse período.
O Valor noticiou na semana passada que um acordo nesse sentido estava próximo de ser assinado pelos bancos. Ontem, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, afirmou que as instituições já haviam assinado o documento. Segundo ele, as instituições financeiras credoras da companhia já assinaram o documento, que será divulgado em breve.
A rolagem se refere a R$ 12,23 bilhões em dívidas de curto prazo tomadas pela Sete Brasil como empréstimo-ponte para um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A empresa não conseguiu honrar esses compromissos, que já estão vencidos. Bradesco, Itaú BBA, Santander, Standard Chartered, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal concederam empréstimos de curto prazo à Sete Brasil. O britânico Standard Chartered entrou há três semanas com pedido de execução de garantias do empréstimo junto ao Fundo de Garantia para a Construção Naval (FGCN).
O acordo, conhecido como "standstill", dará fôlego para que a companhia possa se reorganizar. A expectativa é de que o memorando de entendimentos forneça algumas indicações dos caminhos que a Sete Brasil deve percorrer em seu processo de reestruturação. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a empresa irá reduzir o número de sondas previstas para serem construídas, provavelmente para um número perto de 18 unidades.
O documento assinado com os bancos não deve mencionar explicitamente, mas pelo menos um estaleiro deverá ser excluído do projeto de construção das sondas. Trata-se do Atlântico Sul, controlado pelos grupos Camargo Corrêa e Queiroz Galvão e sócios japoneses, e que possui capacidade de processamento de 160 mil toneladas de aço por ano, segundo informações da empresa.
Além de credor, o Bradesco é acionista da Sete Brasil. Esse também é o caso do Santander. A Sete é controlada por um fundo de participações do qual são cotistas os bancos BTG Pactual, Santander e Bradesco, os fundos de pensão Petros, Funcef, Valia e Previ, o fundo FI-FGTS, a empresa de investimento em energia EIG, Luce Venture Capital, Lakeshore e a Petrobras.
Fonte: Valor Econômico/Talita Moreira | De São Paulo