A produção do aço é associada ao desenvolvimento econômico de um país. Quando o consumo de aço cresce, o país acompanha o ritmo. São construídos mais edifícios, pontes rodoviárias e ferroviárias, equipamentos de transporte, obras públicas, entre outros, propiciando a geração de emprego de melhor qualidade. A aplicação do aço tem grande diversidade fazendo parte do dia a dia de todas as pessoas. É utilizado na fabricação carros, ônibus, barcaças, botijões de gás, fogões, geladeiras, construção civil, pontes rodoviárias e ferroviárias, edifícios, e equipamentos industriais.
O Brasil tem uma capacidade instalada de produção de aço da ordem de 42 milhões de t/ano, ocupando a 8ª posição no cenário mundial. O consumo per capita de aço no Brasil é da ordem de 120 kg por habitante ao ano, ocupando a 12ª posição no ranking mundial, inclusive abaixo do Chile e Argentina, o que mostra oportunidades para investimento e crescimento.
A produção de aço no Espírito Santo iniciou-se em 1968, com a antiga Cofavi, e se consolidou em 1983, com a entrada em operação da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), hoje ArcelorMittal, produzindo 3 milhões t/ano de placas. A implantação da siderurgia no Espírito Santo contribuiu efetivamente para o desenvolvimento tecnológico, econômico e social do Estado, permitindo o surgimento de empresas fornecedoras de bens e serviços de diversos tipos.
Devido à exigência da indústria siderúrgica, os fornecedores locais aprimoraram a gestão, melhoraram a produtividade, se tornaram competitivos e atualmente fornecem para diferentes clientes em outros estados brasileiros.
Num segundo momento, com a produção de bobinas a quente e em função da política de atração de novos investimentos, surgiram empresas de processamento de bobinas, os chamados centros de serviços, e também fabricantes de estruturas soldadas e torres de transmissão de energia elétrica.
A capacidade de produção de estruturas e caldeiraria passou de 3 mil t/mês em 1997 para mais de 30 mil t/mês em 2009, fazendo do parque metalmecânico capixaba referência no País. No momento, a ArcelorMittal estuda ampliar sua unidade para melhor aproveitamento do espaço físico disponível, podendo elevar sua produção para mais de 11 milhões de t/ano e diversificar a produção, instalando os Laminadores de Tiras a Frio (LTF) e linhas de acabamento (pintura e galvanização), o que possibilitará a atração de investidores da chamada linha branca, ficando próximo do fornecedor de matéria-prima. Investimentos superiores a US$ 2 bilhões.
A linha branca gera empregos de maior valor agregado, exigindo trabalhadores de melhor qualificação e contribuindo com crescimento da cadeia produtiva. A ArcelorMittal Cariacica está planejando também fazer novos investimentos para melhorar o aproveitamento de sua área, instalando um novo laminador para produção de perfis médios e pesados, ampliando sua capacidade de produção para 800 mil t/ano, com investimento da ordem de US$ 700 milhões.
Destaca-se o projeto da Companhia Siderúrgica Ubu (CSU), que a Vale está estudando implantar em Anchieta, na região Sul do Estado, para a produção de 5 milhões de t/ano de placas para exportação. Essa siderúrgica vai exigir o investimentos numa linha férrea ligando o porto de Tubarão, em Vitória, a Anchieta, além da implantação de um porto de águas profundas para exportação das placas no município de Anchieta.Os investimentos até 2014 deverão atingir valores superiores a US$ 7 bilhões.
Esses investimentos, aliados ao aumento de produção, abrem diferentes oportunidades de negócios no Estado. O sucesso da Mec Show, uma feira voltada para o setor metalmecânico e que vai para a sua terceira edição em julho, com recorde de empresas participantes, confirma o crescimento e consolidação do setor metalmecânico capixaba no cenário brasileiro.
Durval Vieira de Freitas é responsável pelo Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF).
Fonte: A Gazeta (Vitória)/Durval Vieira de Freitas
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