A Vale vai trazer seis mil trabalhadores de fora do Espírito Santo para as obras de implantação da Companhia Siderúrgica Ubu (CSU), em Anchieta, Litoral Sul do Estado. A companhia afirma tratar-se, na maior parte dos casos, de profissionais especializados, difíceis de serem encontrados em qualquer parte do Brasil e que migram pelo país conforme a necessidade dos serviços especializados.
A informação é do coordenador executivo do projeto da CSU, Marcos Chiorboli, que ontem à noite se reuniu com integrantes da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). Segundo ele, entre 2012 e 2013, por cerca de quatro meses, a obra estará no chamado pico. Nesse período, 20 mil pessoas estarão trabalhando na construção da siderúrgica, um projeto de R$ 10 bilhões que vai entrar em operação em 2014.
“Até lá, faremos um enorme esforço junto ao Senai para qualificar 14 mil capixabas que trabalharão na construção civil, com as estruturas metálicas e na montagem. O problema é que, apesar do esforço, só serão 14 mil, sem contar o fato de precisarmos de muitos especialistas, que são poucos em todo o Brasil. Teremos que trazer seis mil de fora durante a implantação”.
Em sua operação, a CSU vai abrir seis mil novos postos. Mil de nível superior, 2,5 mil de nível técnico superior e 2,5 mil técnicos de equipamento.
R$ 8 bilhões por ano
Na reunião de ontem com os empresários, Chiorboli apresentou um estudo realizado pela Ufes. O levantamento mostra que a entrada em operação da usina deve injetar R$ 8 bilhões anualmente no Estado. Os pesquisadores apuraram os efeitos diretos e indiretos em todos os setores da cadeia produtiva da economia capixaba, a partir da análise de dados como investimentos, custeio, massa salarial, impostos e encargos. Foram analisados os efeitos em 36 setores da economia do Estado.
“É uma das características da indústria siderúrgica, por isso ela é considerada de base, gera uma grande demanda para uma infinidade de cadeias”, destacou Chiorboli.
Ainda de acordo com o estudo, a entrada em operação da CSU poderá trazer um acréscimo de US$ 2,1 bilhões por ano ao saldo líquido da balança comercial capixaba. Dos investimentos de R$ 10 bilhões previstos para a implantação do projeto, estima-se que aproximadamente 23% sejam destinados às compras no Espírito Santo. Já na operação, deverão ser movimentados R$ 3 bilhões por ano, sendo 35% no próprio Estado. Para Chiorboli, esses números podem crescer.
“Qualificando, podemos subir de R$ 2,3 bilhões para R$ 3,7 bilhões, sem contar que empresas de fora virão procurar os fornecedores no Estado”.
Salário médio a ser pago será de R$ 30 mil por ano
O estudo realizado pela Ufes a pedido da Companhia Siderúrgica Ubu indica que a média salarial anual a ser gerada na fase de operação do projeto será de cerca de R$ 30 mil por ano, ou R$ 2,5 mil por mês, entre trabalhadores diretos e indiretos. Esse valor é cerca de três vezes superior ao montante praticado atualmente na região de influência direta do projeto, no Sul do Espírito Santo e parte da Região Metropolitana de Vitória. Outro dado apontado pelo levantamento da universidade capixaba é que a cada R$ 1 de produção gerado pela companhia na fase de implantação, serão adicionados R$ 0,44 na economia capixaba. Já na fase de operação, esse acréscimo será de R$ 0,33, índice que representa mais do que a média do setor siderúrgico nacional, que se situa em R$ 0,25.
A siderúrgica em números
Companhia Siderúrgica Ubu. A usina de R$ 10 bilhões, que começa a operar em 2014, terá capacidade anual de 5 milhões de toneladas de placas de aço. Segundo estudo elaborado pela Ufes, a entrada em operação da usina deverá injetar R$ 8 bilhões anualmente no Espírito Santo. O levantamento considera efeitos diretos e indiretos em todos os setores da cadeia produtiva da economia capixaba.
Emprego. No pico da obra, entre 2012 e 2013, serão 20 mil pessoas trabalhando na obra. Desse total, 14 mil deverão ser capixabas e seis mil virão de fora do Estado. Para a operação da nova usina, serão seis mil novos postos, mil de ensino superior, 2,5 mil de técnico superior e 2,5 mil de técnico de equipamentos.
Negócios. Dos investimentos de R$ 10 bilhões previstos para a implantação do projeto, estima-se que aproximadamente 23%, ou seja, R$ 2,3 bilhões, sejam destinados às compras no Espírito Santo. A Vale estima que esse montante, caso os fornecedores locais se qualifiquem e passem a oferecer um número maior de serviços, pode chegar aos
R$ 3,7 bilhões. Já na operação, deverão ser movimentados
R$ 3 bilhões, sendo 35% no próprio Estado. Por ano, serão cerca de R$ 1,5 bilhões em compras.
Média Salarial. A média salarial anual a ser gerada na fase de operação do projeto será de cerca de R$ 30 mil por ano, ou R$ 2,5 mil por mês, entre trabalhadores diretos e indiretos.
Geração de Riqueza. A cada R$ 1 de produção gerado pela CSU na fase de implantação serão adicionados R$ 0,44 na economia capixaba. Já na fase de operação, esse acréscimo será de R$ 0,33.
Gargalos da Região Sul. As empresas da região Sul são pouco conhecidas; os trabalhos realizados são isolados; falta articulação aos empresários; os fornecedores locais têm pouca experiência quando o assunto é vender para grandes clientes; baixa qualificação de pessoal; fornecedores sem certificado e falta de atuação das entidades com seus associados.
Fonte: A Gazeta (ES) Vitória/Abdo Filho
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