As maiores exportadoras de manufaturados viram suas vendas no ano passado caírem 11,8% em relação a 2007, ano anterior à crise. Suas importações, por outro lado, cresceram 36,8%. O superávit da balança comercial das 25 empresas que ocupavam o topo do ranking das vendas externas de manufaturas encolheu quase dois terços (65,7%), de US$ 13,7 bilhões para US$ 4,7 bilhões. Levantamento feito pelo Valor com essas companhias mostra que só quatro delas aumentaram o saldo positivo. Para empresários e analistas, foco no consumo doméstico, desaceleração de mercados maduros e dificuldade de competição com estrangeiros explicam a tendência.
O movimento de baixa foi puxado pelas quatro maiores montadoras do país. Há seis anos, Volkswagen, General Motors, Ford e Fiat obtiveram saldo positivo de US$ 3,1 bilhões. Em 2012, registraram déficit de US$ 1,8 bilhão.
As empresas que conseguiram atrair mais divisas externas foram as que tiveram êxito em acompanhar o avanço técnico da indústria global, diz José Tavares Araujo Junior, diretor do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento. Ele diz que a indústria enfrenta dois grandes fatores que limitam o crescimento da produção e das exportações: as barreiras tarifárias para bens de capital e insumos importados, que aumentam o custo de produção de toda a cadeia produtiva doméstica, e a ineficiência da infraestrutura, que encarece os produtos.
Para ele, o aumento de importação "não é necessariamente ruim". Se as empresas obtêm no exterior produtos mais baratos que ajudam em uma produção mais competitiva, seu ganho se espraiará a outros setores da economia.
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Fonte:Valor Econômico/Rodrigo Pedroso | De São Paulo