Uma tarifa sobre navios cargueiros que percorrem o mundo, que emitem em seu conjunto mais gases de efeito estufa do que um país como a Alemanha, poderia ajudar os países mais pobres a enfrentar as mudanças climáticas, defendem organizações como a Oxfam.
"Um único navio pode chegar a emitir em um ano mais dióxido de carbono (CO2) do que vários países insulares pequenos reunidos", destacou a Oxfam. A organização se disse satisfeita de que se fale em instaurar um mecanismo deste tipo durante as negociações climáticas da ONU em Durban (África do Sul).
Há um ano, os países concordaram, em Cancún, com a criação de um Fundo Verde para ajudar as nações em desenvolvimento a enfrentar as mudanças climáticas, que deve ser implementado em 2013 e chegar a US$ 100 bilhões ao ano em 2020.
No entanto, falta encontrar recursos para financiar este mecanismo.
As principais possibilidades avaliadas há anos, sem que tenham sido feito avanços concretos, são a taxação das transações financeiras e as emissões do transporte aéreo ou marítimo.
"Por enquanto, cobrar uma taxa sobre as emissões do setor marítimo parece ser a hipótese mais promissora. É neste setor que os negociadores de Durban contam com maiores possibilidades de progredir a curto prazo", afirmou Tim Gore, da Oxfam.
Segundo a Organização Marítima Internacional (OMI), a frota de cem mil navios da marinha mercante que percorre os mares do mundo emite cerca de 3% dos gases causadores de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento do planeta.
Em comparação com países, as emissões da marinha mercante estariam em sétimo lugar, à frente da Alemanha.
O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) informaram, em um documento elaborado em setembro passado, que uma tarifa de 25 dólares por tonelada de CO2 cobrada dos setores marítimo e aéreo poderia representar 250 bilhões de dólares em 2020 e possibilitaria uma redução de 5% a 10% nas emissões.
No setor marítimo, uma taxa do tipo encareceria o custo do transporte em 0,2% e permitiria arrecadar US$ 25 bilhões em 2020, segundo a Oxfam.
Fonte: Terra Brasil
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