A siderúrgica latino-americana Ternium anunciou ontem, quinta-feira (2), que vai comprar ações ordinárias (que dão direito a voto) do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Previ, na Usiminas, em uma operação de R$ 616,7 milhões.
O negócio fará a participação da Ternium no grupo de controle da Usiminas subir de 27,66% para 38%, superando a fatia de 29,45% detida atualmente pelo grupo Nippon, que na semana passada conseguiu demitir o presidente-executivo da siderúrgica brasileira, indicado pela Ternium.
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A Ternium afirmou que vai comprar 51,4 milhões de ações ordinárias da Usiminas detidas pela Previ a um preço de R$ 12 por papel. O valor corresponde a um prêmio de 82% sobre o preço de fechamento dos papéis na quarta-feira.
O ágio é semelhante ao pago quando a Ternium, integrante do grupo ítalo-argentino Techint, entrou no grupo de controle da Usiminas, no final de 2011.
A operação não vai disparar obrigação para a Ternium fazer uma oferta pública de aquisição de ações de outros acionistas minoritários, disse a companhia.
DEMISSÕES
Na sexta-feira (26), o presidente-executivo da Usiminas, Julián Eguren, e mais dois altos executivos da maior produtora de aços planos do Brasil foram demitidos após uma tensa reunião do Conselho da siderúrgica, que terminou desempatada pelo presidente do órgão, Paulo Penido, indicado pelo grupo Nippon.
A demissão, que deu o controle da gestão da siderúrgica à Nippon, abriu uma guerra jurídica em que a Ternium alega ter havido quebra de acordo de acionistas pelo grupo japonês e exige o retorno dos executivos afastados.
Na quarta-feira, a Usiminas afirmou que a destituição dos executivos ocorreu por problemas de falta de governança encontrados após auditorias realizadas na empresa.
Fonte: Folha de São Paulo\DA REUTERS