As ações da Usiminas ficaram entre as cinco maiores altas do Ibovespa ontem, após a notícia de que as siderúrgicas de aços planos do país preparam um novo aumento de preços. Os papéis de Gerdau e CSN também tiveram ganhos. Conforme antecipou na tarde de quinta-feira o Valor PRO, serviço de informações tempo real do Valor, o reajuste está previsto para a primeira quinzena de janeiro, e o percentual será de até 6%.
De acordo com fontes do setor, o reajuste vai abranger apenas as distribuidoras de aço, segmento que é responsável por atender um terço do mercado nacional desse tipo de produto. Os grandes setores, como o industrial (automotivo, linha branca e máquinas e equipamentos) e de construção civil têm negociações separadas, diretamente com as fabricantes de aço.
No momento, as siderúrgicas estão em fase final de negociação do seu reajuste anual de dois dígitos com as montadoras para vigorar a partir do início do ano. Segundo uma fonte, já foi fechado com a Ford e com a Toyota um aumento de 12,5%.
Os analistas Leonardo Correa e Luiz Fornari, do HSBC, afirmam em relatório que o aumento entre 6% e 7% na cadeia de distribuidores, somado a uma "provável" alta de 10% a 12% para o segmento automotivo, está bem acima das expectativas do mercado. De acordo com eles, esses reajustes ainda não estão precificados na ações da siderúrgica mineira.
Os papéis ordinários da siderúrgica mineira subiram 5,87% e fecharam em R$ 12,44, e as ações preferenciais classe A avançaram 3,59%, para R$ 14,41. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subiu 2,12%. Já as ações ordinárias da CSN subiram 3,15% ontem, para R$ 14,07, e os papéis preferenciais da Gerdau tiveram alta de 1,70%, para R$ 19,07.
Em relatório, os analistas do HSBC afirmam ainda que, com o aumento previsto, a Usiminas pode chegar a um Ebitda de R$ 3 bilhões já no ano que vem. Ao fim do terceiro trimestre, o resultado operacional anualizado era de R$ 2 bilhões.
Eles calculam que o aumento de preços do segmento automotivo pode adicionar de R$ 350 milhões a R$ 400 milhões ao Ebitda anual. Já o reajuste para as distribuidoras implicaria ganhos de cerca de R$ 250 milhões no indicador.
Correa e Fornari sinalizam ainda que é possível que haja aumento para o setor industrial, também na casa dos 6% a 7%, o que aumentaria o Ebitda em mais R$ 250 milhões. Outro potencial de alta das ações vem de ganhos adicionais com o programa de redução de custos que vem sendo implementado pela companhia desde meados do ano passado.
Por enquanto, o HSBC mantém seu preço-alvo para as ações preferenciais classe A em R$ 14,50, com recomendação de compra.
Fonte: Valor Econômico/Ivo Ribeiro, Olivia Alonso e Natália Viri | De São Paulo
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