O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckimin, apoiou, em reunião nesta segunda-feira (21) com mais de 130 representantes de mineradoras associadas ao Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a possibilidade de empresários do setor irem aos Estados Unidos discutir com colegas americanos, além de parlamentares e membros do governo daquele país as consequências da cobrança de tarifas de importação de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo ele, seria um apoio importante aos negociadores do governo brasileiro.
Alckmin ressaltou que, uma vez que o Brasil importa minérios e equipamentos pesados dos Estados Unidos, esse é um assunto que interessa às empresas norte-americanas. Então, segundo ele, elas precisam ser mobilizadas pelas empresas brasileiras para que influenciem o governo americano a abrir espaço para negociações com o governo do Brasil. O presidente do Ibram, Raul Jungmann, explicou que detalhes sobre essa missão empresarial ainda serão discutidos internamente. Segundo ele, ainda será decidido se a missão contará apenas com representantes da mineração ou se reunirá empresários de outros setores econômicos do Brasil.
PUBLICIDADE
O presidente do Ibram, em nome das mineradoras associadas, disse que há preocupação do setor com a possibilidade de o governo brasileiro adotar reciprocidade tarifária em relação aos Estados Unidos. Segundo Jungmann, a sobretaxação de importação de máquinas, por exemplo, prejudicaria a competitividade das mineradoras que atuam no Brasil, porque afetaria a compra de equipamentos de maior porte, como caminhões com capacidade para mais de 100 toneladas de carga, escavadeiras e carregadeiras, moinhos e outros equipamentos de grandes dimensões, com elevação de custos estimada em 1 bilhão de dólares por ano.
Alckmin disse que o governo brasileiro dá preferência ao diálogo com os Estados Unidos, para, pelo menos, conseguir mais prazo para a vigência das tarifas, “entre 60 e 90 dias”, para haver tempo hábil para negociar as várias questões envolvidas com a tarifária. Ele lembrou que há produtos, inclusive perecíveis, embarcados no Brasil para serem enviados ao mercado americano e contratos sendo firmados com compradores americanos e que o prazo maior pode evitar transtornos. Ele definiu a situação criada por Trump como um “perde-perde para ambos os países” e disse que espera convencer os Estados Unidos sobre o risco para a relação histórica entre as duas nações.