RIO - A Vale exerceu opção de compra de 51% da participação acionária na Sociedade de Desenvolvimento do Corredor do Norte SA (SDCN), detida pela empresa moçambicana Insitec SGPS SA (Insitec).
Com isso, a mineradora deu um passo importante para viabilizar a infraestrutura de logística necessária para o escoamento da produção resultante do desenvolvimento da segunda fase do projeto de carvão de Moatize, também em Moçambique.
A SDCN controla, com 51% de participação, o Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN) e a Central East African Railway (Cear). A CDN é responsável pela concessão de um trecho ferroviário de 872 quilômetros em Moçambique, que conecta Entrelagos, na província de Niassa, ao porto de Nacala, na província de Nampula, ao norte de Moçambique.
A Cear detém a concessão de todo sistema ferroviário do Malaui, que compreende 797 quilômetros de ferrovia ligando todo o país nos eixos Norte-Sul e Leste-Oeste.
Os sistemas ferroviários CDN e CEAR são interligados e próximos da região mineral de Moatize, provendo um corredor logístico adicional para o carvão a ser produzido na região.
Moatize tem reservas provadas e prováveis de 1,087 bilhão de toneladas métricas de carvão. A primeira fase do projeto prevê uma capacidade nominal de produção de 11 milhões de toneladas métricas de carvão, sendo 80% carvão metalúrgico e 20% carvão térmico, com inicio de operação previsto para o primeiro semestre de 2011.
“Com o objetivo de contar com infraestrutura de logística de classe mundial para a movimentação de sua produção na África Central e Oriental, a Vale investirá na expansão da capacidade do corredor logístico de Nacala, através da construção de ligações ferroviárias necessárias para escoar a produção de Moatize e de um novo terminal marítimo de águas profundas em Nacala”, diz a nota divulgada pela Vale.
Para o primeiro estágio de desenvolvimento de Moatize está sendo construída uma unidade de lavagem com capacidade anual de 26 milhões de toneladas métricas. Nesta primeira fase, a produção de carvão será transportada pela ferrovia Linha do Sena para ser embarcada no Porto da Beira.
De acordo com a mineradora, a infraestrutura de logística, além de tornar viável a expansão da capacidade de Moatize, se constitui em excelente alternativa para o transporte para a costa leste da África da produção do cinturão de cobre da Zâmbia, onde a companhia desenvolve Konkola North. A solução logística também pode servir para o projeto da Vale de rocha fosfática de Evate, em Moçambique.
Fonte: Valor Econômico/Rafael Rosas
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