Os investimentos da Vale devem somar US$ 5 bilhões em 2020, valor que deve se repetir em 2021, conforme as estimativas da companhia divulgadas nesta segunda-feira em evento para investidores em Nova York.
Segundo a mineradora, o investimento corrente, que inclui aportes de reposição, será de US$ 4,1 bilhões em ambos os anos. O restante do valor será gasto para a execução de projetos.
A companhia espera que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) fique entre US$ 15,5 bilhões e US$ 23,5 bilhões em 2022, dependendo de alguns fatores como a média anual do preço do minério de ferro e do níquel e a taxa de câmbio.
A Vale também estima que o fluxo de caixa livre de 2022 varie de US$ 7 bilhões a US$ 14 bilhões e que o fluxo de caixa livre acumulado de 2020 a 2022 fique entre US$ 17 bilhões e US$ 36 bilhões.
Sem dividendos por enquanto
O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse que ainda é cedo para falar sobre a volta do pagamento de dividendos. No evento em NY, ele acrescentou que a empresa está totalmente focada na reparação de danos em Brumadinho (MG).
A Vale deixou de pagar dividendos depois do rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, que deixou 270 vítimas, sendo 256 mortos e 14 desaparecidos.
Segundo o presidente da mineradora, a reparação é importante para criar as condições, a percepção na sociedade, de que a empresa está comprometida com esse processo, o que é importante para se voltar a falar em dividendos em algum momento à frente. Entretanto, por enquanto, esse retorno dos dividendos não está sendo considerado.
Preço de equilíbrio do minério
O diretor-executivo de ferrosos, Marcelo Spinelli, afirmou no evento em NY que o preço de equilíbrio da Vale para o minério de ferro vai se situar entre US$ 28 e 30 por tonelada nos próximos anos. Em 2019, a expectativa é que fique em US$ 37 por tonelada.
No ano passado, esse preço de equilíbrio da Vale – que é o valor pelo qual a empresa consegue vender o minério sem perder dinheiro – foi de US$ 28,5 por tonelada.
Também presente ao evento, o diretor-executivo de finanças e relações com investidores, Luciano Siani Pires, reiterou que a operação de carvão de Moatize, em Moçambique, será readequada em termos de planejamento de mina e também da usina de processamento.
Sobre a operação de níquel da Nova Caledônia, o diretor afirmou que a decisão final sobre as operações da Vale Nova Caledônia (VNC) será tomada em 2020.
Atualmente, a empresa analisa encontrar um interessado para a VNC, tarefa para a qual já designou um banco. Uma alternativa seria encontrar alguém que tenha interesse em um produto intermediário que a VNC faz, que é o sulfato de níquel.
Fonte: Valor
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