O presidente da Aços Laminados do Pará (Alpa), José Carlos Soares, foi enfático ao afirmar que o empreendimento da Vale será instalado em Marabá. O mesmo fez o vice-presidente da Sinobras, Ian Corrêa, em relação ao Projeto Aline, fábrica de aços planos, que deve funcionar junto com a Alpa.
As afirmações foram prestadas durante sessão especial na Câmara Municipal de Marabá, ontem. No entanto, a classe política e empresarial não se mostrou completamente satisfeita em relação aos dois empreendimentos, que têm gerado expectativa na economia marabaense, mas que andam a passos lentos.
A única ressalva que fez José Carlos Soares foi que o projeto sofrerá atraso por causa do problema judicial envolvendo o Lote 11 (que faz parte da área da Alpa, mas sobre o qual não houve acordo quanto ao preço a ser pago pela desapropriação) e da Hidrovia Tocantins Araguaia, por onde a produção da Alpa será escoada, mas que teve o andamento suspenso pelo governo federal.
Ao final da sessão especial, foi criado um grupo de trabalho envolvendo vereadores, deputados e representantes de segmentos sociais que vão se unir aos empresários ligados à questão, para acompanhar o andamento das obras e cobrar dos governos federal e estadual a infraestrutura necessária que os projetos requerem, sobretudo no que diz respeito à hidrovia.
O prefeito em exercício de Marabá, vereador Nagib Mutran Neto (PMDB), disse que o momento serviu para tirar algumas dúvidas sobre o andamento das obras da Alpa e Aline, embora os esclarecimentos dados ainda não sejam suficientes. Todavia, ele admitiu que representam o começo de um debate mais aberto.
Falando em nome do presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim), Ítalo Ipojucan, o empresário Divaldo Salvador observou que, embora a Alpa não venha mais em 2014, como estava previsto, não se pode admitir que o empreendimento chegue somente em 2018, porque avalia que os problemas sociais aumentariam em Marabá e na região, dado o fluxo migratório intenso na cidade.
O executivo Gilberto Leite, ex-presidente da Acim, falando em nome do setor produtivo, defendeu que a sociedade precisa se organizar urgentemente para impedir que a Alpa demore mais para ser instalada, pois os prejuízos para a economia local já são grandes, em razão da expectativa criada. Lembrou ainda que o setor imobiliário, carro-chefe da economia local, também depende desses investimentos para continuar aquecido.
O deputado estadual João Salame (PPS), representante da Assembleia Legislativa do Estado na sessão, pediu da Alpa um cronograma de andamento das obras para que a população e os investidores tenham um pouco mais de segurança quanto ao início das operações. A ausência de representantes do governo do Estado, foi muito criticada.
(Fonte: Diário do Pará)
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