As vendas de fertilizantes no país deverão alcançar entre 33,5 milhões e 35 milhões de toneladas, conforme intervalo de estimativas de analistas e consultorias citado hoje pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) durante o 7º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, realizado na capital paulista. Em 2016, o volume alcançou o recorde de 34,1 milhões de toneladas.
Mesmo que as vendas permaneçam no elevado patamar do ano passado, a entidade reconhece que o resultado poderia ser melhores, tendo em vista a colheita recorde de grãos no país na safra 2016/17. De janeiro a julho, as entregas das misturadoras às revendas espalhadas pelo país atingiram 16,5 milhões de toneladas, 0,2% menos que nos primeiros sete meses do ano passado, quando de 1989 a 2006 o aumento médio nesse intervalo de comparação foi de 6% ao ano.
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O lento ritmo de comercialização de grãos (soja e milho) no primeiro semestre, em virtude dos baixos preços — e, portanto, de relações de troca por fertilizantes desfavoráveis — e as instabilidades na política e na economia do país estão entre os fatores que explicam o fato de as vendas estarem abaixo do potencial, segundo analisaram Carlos Henrique Dantas Heredia, presidente da Anda, e David Roquetti Filho, diretor-executivo da entidade, durante entrevista a jornalistas.
Ainda que no período de 42 meses encerrado em julho as relações de troca tenham se mostrado mais favoráveis aos produtores de praticamente todas as grandes culturas — em soja e cana as relações registraram leve piora —, o passado recente (primeiro semestre) pesou na decisão de compra dos produtores. Mas nos últimos quatro meses o cenário começou a melhorar, sobretudo no mercado de milho.
Os executivos reiteraram que não registraram problemas de acesso a crédito que tenham prejudicado de alguma forma as vendas. “Não houve nenhuma ruptura no processo de financiamento”, afirmou Heredia.
Fonte: Valor