Há um ano e seis meses, quando a OGX, via sua subsidiária OGX Áustria, emitiu US$ 1 bilhão em notas seniores de dez anos, sem garantias reais, as três irmãs da classificação de risco – Fitch, Moody’s e Standard & Poor’s (S&P) – atribuíram ratings ainda favoráveis à petrolífera de Eike Batista.
Hoje, o US$ 1 bilhão integra os cerca de US$ 4,6 bilhões que os credores da OGX terão muita dificuldade em receber, após a empresa pedir recuperação judicial. Apesar de o risco da petroleira ser visível até por não especialistas há pelo menos dois anos, os ratings só foram rebaixados para C ou D (calote) quando o recurso à Justiça era inevitável.
Há pouco mais de um ano, em junho de 2012, a Fitch ainda mantinha o rating nacional BBB para a petroleira do Midas nacional. Era, então, a mesma classificação do Brasil e da Petrobras e representava grau de investimento. O rating da OGX “denota expectativa de risco de crédito adequada em relação a outros emissores ou obrigações do mesmo país”, informava a Fitch, que só rebaixaria a empresa para BBB- (ainda grau de investimento) em julho de 2012 e para BB+ há cinco meses.
A S&P era um pouco mais cautelosa. Em julho de 2012, o rating era B, com perspectiva estável. Ainda assim, acreditava que os resultados da OGX não seriam afetados pelo recente anúncio da empresa de que a vazão no Campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, é menor do que o estimado anteriormente. Em abril, a classificação foi reduzida para B-, última escala antes de virar junk (lixo).
A Moody’s mantinha, há pouco mais de um ano, o rating B1 para a empresa, cinco níveis abaixo da classificação do Brasil (Baa2). A perspectiva foi então mudada para negativa, com a observação que um grau especulativo, “carece de características de um investimento desejável”. A nota baixou para B2 (dois níveis antes do lixo) em abril, quando a crise já tomava conta até dos jornais mais otimistas.
Fonte: Monitor Mercantil
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