Grandes petroleiras que viram sua receita encolher no segundo trimestre em relação ao mesmo período em 2012, como ExxonMobil, Chevron, Royal Dutch Shell, BP e Total, estão sendo abandonadas por investidores atraídos por rivais menores e ágeis.
O principal motivo são os custos crescentes em troca de retornos cada vez menores, apesar de o preço do barril estar acima de US$ 100 -em todos esses casos, exceto no da Total, a produção de petróleo e gás caiu a despeito do maior investimento de capital.
"Para essas empresas, ampliar volumes é um desafio, mesmo com o petróleo em alta", diz Dan Pickering, co-presidente da Tudor Pickering Holt & Co. "Enquanto as empresas independentes crescem 30% ao ano, as grandes lutam para não cair."
As cinco grandes do petróleo apresentam desempenho 15% inferior ao do índice de ações S&P 500 da Bolsa de Nova York neste ano.
Os motivos que pesaram contra cada empresa diferem, mas há um tema comum entre elas: para explorar fronteiras mais distantes e desafiadoras em termos técnicos, como as areais oleaginosas do Canadá e o pré-sal no Brasil e em campos offshore no Ártico, foi preciso elevar os investimentos de capital.
Em muitos casos, o fluxo de caixa tornou-se insuficiente para, simultaneamente, bancar o aumento e pagar os dividendos aos acionistas.
E os acionistas, embora diante de certa "fartura" petroleira após anos de barreiras no Oriente Médio e a mercê de governos nacionalistas em outros polos produtores, se ressentiram.
Algumas companhias captaram o recado. Outras estão recebendo uma mensagem diferente, a de que os investidores já não esperam que elas busquem elevar sua produção se tiverem de pagar demais para atingir essa meta.
A despeito desse abandono da busca do crescimento puro e simples, porém, o aumento no investimento deve frutificar. Segundo a consultoria de energia Wood Mackenzie, a produção de petróleo das grandes petroleira deve crescer 3% ao ano até 2020.
Fonte: Folha de São Paulo/PAULO MIGLIACCI/Fonte: "FINANCIAL TIMES"
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