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Aos 21 anos, economista administra estaleiro de luxo do País

O comportamento sério, a voz firme e o estilo elegante denunciam uma executiva de alto escalão. É uma economista graduada e uma administradora nata, formada pela vida. A grande paixão é a velocidade, principalmente se ela estiver a mais de 120 km/h comandando uma lancha no mar. Para o futuro: planos promissores e a confiança no próprio sucesso.
 
Aos 21 anos, Roberta Ramalho é a nova presidente da Intermarine, estaleiro brasileiro líder de mercado e considerado o principal entre os fabricantes de embarcações de luxo no País. Ela é a sucessora do pai, o empresário Gilberto Ramalho, que morreu em 2009, em um acidente de helicóptero ocorrido em Itupeva, interior de São Paulo, onde mora a família.
 
Para chegar ao comando da empresa, que atualmente possui 650 funcionários, ela foi preparada durante cinco anos. Nesse intervalo, o estaleiro foi administrado por pessoas de confiança dos Ramalho e que, hoje, atuam na retaguarda da jovem, no conselho diretor. “Sempre esteve nos meus planos trabalhar com meu pai. Infelizmente não foi desse jeito, mas hoje estou pronta”.
 
Roberta recebeu A Tribuna na matriz da Intermarine, em Osasco, na Grande São Paulo. Um complexo de aproximadamente 50 mil metros quadrados, onde há a fábrica-estaleiro, o tanque de testes e o escritório de vendas, o lugar é estratégico: apesar de estar a mais de 60 quilômetros do mar, fica próximo dos fieis clientes que fizeram a companhia chegar aos 41 anos.
 
Mercado aquecido
 
Os trabalhos estão a todo o vapor. Afinal, 2015 deverá ser um dos melhores anos na história da companhia. Com um sorriso largo, a presidente conta que está prevista a entrega de 42 embarcações, batendo alto a média de 29, mantida até o final do ano passado. As perspectivas vão na contra-maré da economia brasileira e dos grandes investimentos, uma vez que as previsões não são animadoras.
 
A confiança na produção nacional e a preocupação em manter um bom e efetivo relacionamento com o cliente no pós-venda são as justificativas para esse resultado. “Ao comprar uma lancha, você quer usar. Ficar com ela parada, aguardando manutenção ou reposição de peças por meses, não agrada ninguém”, pondera Roberta.

Intermarine deverá viver o melhor ano: mais de 40 embarcações vendidas, ante 29 do ano passado  
Duas são as apostas – que já se mostram bem sucedidas – do estaleiro para os próximos anos. Uma delas é a Intermarine 80, capaz de receber até 25 passageiros. Antes mesmo de ir para a água, sete delas já foram vendidas para compradores brasileiros, entre eles, um que mora em Miami, nos Estados Unidos, região encarada como prioritária nos planos de expansão da empresa.
 
“Consolidados no País, finalmente temos a intenção de chegar até lá (Miami) e manter uma base naquela região”, afirma a presidente da Intermarine, prevendo que isso aconteça até o início do primeiro semestre de 2016 e esperançosa para um novo reaquecimento do mercado. Apesar disso, lembra, já existem embarcações da marca até mesmo nos mares do Oriente.

Intermarine 48 está avaliada em R$ 2,5 milhões
A preferida
 
Mas a “menina dos olhos” da executiva é a Intermarine 48 Offshore. Não por acaso, é uma lancha de alta velocidade, que ultrapassa facilmente os 100 quilômetros por hora. Trata-se, na verdade, de um relançamento para marcar essa nova etapa da empresa, uma vez que há alguns anos, o estaleiro não tinha no portfólio de venda uma embarcação com essa característica.
 
A primeira das novas unidades da Offshore é de Roberta, que já conseguiu vender outras quatro. A embarcação dela fica no litoral do Rio de Janeiro, onde a família tem uma casa. É lá onde ela aproveita para descansar e ficar perto do mar, de onde tira o sustento e a diversão: além de comandar as próprias lanchas, também esquia e até mergulha, como fazia o pai, o grande exemplo de sua vida.
 
Quando não está na praia ou no escritório, onde “bate ponto” diariamente e chega a cumprir carga horária de 12 horas, a jovem presidente – que apesar da pose ainda tem olhar de menina – fica na fazenda no Interior do Estado com a mãe e o namorado, onde compartilham mais uma paixão, o hipismo. “Tenho muitas responsabilidades, mas posso garantir que aproveito meus 21 anos. Sou muito feliz e não tenho dúvidas disso”.

Aos 21 anos, economista quer levar estaleiro brasileiro para outros mercados: Miami está nos planos
Meta é impulsionar as vendas

Com pouco mais de quatro décadas de existência, a Intermarine consegue, hoje, manter um valor médio por venda (tíquete médio) de R$ 6,5 milhões. A cifra satisfaz as necessidades da companhia, mas a meta de Roberta Ramalho é superá-la nos próximos anos. O menor barco produzido pela empresa tem 42 pés (12 metros de comprimento) e, o maior, 95 pés (28 metros).
 
Intermarine 80 é lançamento: R$ 12 milhões
Ao longo da história, estima-se que mais de 5 mil embarcações já foram produzidas e vendidas pelo estaleiro, entre os flybridge (embarcações para uso familiar de 13 a 23 metros de comprimento), os yacht (com mais de 24 metros de comprimento) e os offshore (modelos superesportivos e potentes).
 
A companhia afirma manter um rigoroso processo de qualidade, entregando as encomendas num prazo mínimo de três meses. A única peça das lanchas que não é feita na fábrica, em Osasco, é o motor. Até mesmo a decoração interna pode ser experimentada e comprada ali.
 
O estilo de todas as embarcações tem a assinatura da própria Intermarine e dos escritórios norte-americanos BMW Group Designworks USA e Luiz de Bastos Designs. Apesar disso, lembra Roberta, o cliente pode adequar a lancha às próprias vontades e gostos. “Hoje, já podemos admitir que é a esposa quem dá a palavra final. Se ela não gostar, a venda não é feita".
 
A presidente está confiante, principalmente quanto ao reposicionamento da marca. No ano passado, o logo do estaleiro mudou e reforçou a imagem de uma pantera que sempre existiu, mas nunca ficou evidente. “Lembra o início, quando o modelo Panther (pantera, em inglês) foi o primeiro a ser construído”, explica Roberta ao apontar para embarcação, de propriedade familiar, de 33 pés, ao fundo do estaleiro, e que passa por restauração.

Fonte: A Tribuna Santos (SP)/José Claudio Pimentel






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