Do Rio - A Petrobras poderá vender alguns ativos no exterior para financiar investimentos no pré-sal, mas nada que comprometa o processo de internacionalização da companhia, que começou pela Argentina, em 2000. "Como vamos iniciar investimentos mais fortes no pré-sal, isso vai gerar um ajuste", diz o diretor da área internacional da companhia, Jorge Zelada, sem entrar em detalhes.
Segundo o executivo da estatal, alguns ativos estão fora dessa lógica de venda, principalmente os que podem gerar caixa no curto prazo, como os campos de Akpo e Agbami, na Nigéria, que já estão em produção e ajudam a financiar projetos da companhia. Zelada frisa que o ajuste de portfólio e de volume de investimento é dinâmico.
"Em um momento em que tenho que contratar, por exemplo, 40 sondas para operar no Brasil, a companhia tem normalmente uma tendência de não contratar uma sonda de águas ultraprofundas lá para fora. Estaríamos concorrendo com uma necessidade que temos no Brasil", argumenta Zelada.
Em Portugal - onde a companhia está em campanha exploratória na bacia de Peniche, analisa a bacia Alentejana e tem acordo com a Galp para produzir biocombustíveis - o viés é comprador. Zelada não confirma e nem desmente negociações para adquirir participação acionária na própria Galp detida pela italiana Eni. Mas ele não se nega a comentar os efeitos de um aumento da produção de petróleo no pré-sal brasileiro e de combustíveis nas novas refinarias que serão construídas no país. Explica que no caso de um excesso de produção de petróleo, vê sentido em ter refino no exterior. E se o excesso for em combustíveis, faz sentido investir em uma rede de distribuição para colocar gasolina e diesel, por exemplo.

Fonte: Valor Econômico/CS