A empresa Wilson, Sons e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam) realizaram, na noite da última terça-feira, 23, a audiência pública para o licenciamento ambiental do Estaleiro Rio Grande. Comunidade, empresários e autoridades estiveram presentes na ocasião.
De acordo com o diretor da divisão de estaleiro da Wilson, Sons, Adalberto Souza, os estudos do projeto do estaleiro foram iniciados em 2008. No estaleiro, serão produzidas embarcações de apoio à exploração de petróleo e gás, além de rebocadores portuários e oceânicos.
Segundo Souza, o orçamento atual da construção é de US$ 142 milhões. A mudança no orçamento inicial se deu devido ao maior investimento em equipamentos, automação e tecnologia aplicada. Com o estaleiro, devem ser gerados 400 empregos diretos e 1.200 empregos indiretos. O diretor salientou que a intenção é contratar mão-de-obra da cidade.
Conforme Souza, a empresa criará um Centro de Treinamento para formar profissionais como montador, pintor, entre outros. O trabalho será realizado em parcerias com o Senai e a Universidade Federal do Rio Grande (Furg). “O colaborar pode ter uma evolução natural na empresa”, afirmou.
Souza destacou a importância do estaleiro para a Wilson, Sons e para a cidade do Rio Grande. “Hoje temos uma limitação técnica no estaleiro do Guarujá. É preciso ampliar a estrutura. A vantagem daqui é o povo, a cultura e a educação dos gaúchos. É nesse diferencial que estamos apostando”, destacou.
Segundo ele, a cidade ganhará a formação de um polo de excelência, com benefícios salariais e a consequente ascensão social. “O sul é um polo naval. A gente vem fomentar essa ideia. Isso serve também para atrair parceiros, outras empresas. É um processo em que ganha a cidade e também o estaleiro”, avaliou.
De acordo com o diretor, após a obtenção da licença ambiental o estaleiro deve ficar pronto em 15 meses. A obra será realizada em uma área de 127 metros quadrados localizada no Superporto. A previsão é de que em cinco anos o estaleiro esteja funcionando a pleno vigor. “Não estamos vendendo um sonho e sim uma realidade”, salientou Souza.
No estaleiro, ocorrerá a transformação de peças em blocos e desses em navios. A estrutura contará com um pátio de peças, oficinas de submontagem, oficinas de acabamento e edificação e o processo chamado de Load Out, utilizando o dique flutuante para colocar a embarcação dentro d’água.
Licenciamento Ambiental
O grupo que realiza o processo de licenciamento ambiental do estaleiro Rio Grande é formado por técnicos da Fepam e Ibama. De acordo com o Coordenador do grupo, José Ricardo Samberg, a Audiência Pública é obrigatória no grande procedimento de estudo de impacto ambiental. “O objetivo é fazer com que o empreendedor mostre ao público o projeto, e a comunidade manifeste suas opiniões sobre o projeto”, explicou.
De acordo com Samberg o licenciamento ambiental passa por três fases: análise de estudo técnico (em andamento), a vistoria realizada na área objeto (já cumprida) e o resultado da audiência pública. Após a audiência, a Fepam aguarda 10 dias para receber outras sugestões dos cidadãos. Além disso, o material do estudo de impacto ambiental feito pela empresa Polar contratada pela Wilson, Sons ficou disponível na Prefeitura durante 30 dias. A Fepam deverá ter um posicionamento sobre a licença ambiental dentro de um mês. A equipe de trabalho é composta por biólogos, geógrafos, geólogos e oceanólogos.
Ontem à noite, na Câmara de Comércio do Rio Grande, ocorreu a audiência pública para apresentação do estudo e relatório de impacto ambiental do empreendimento estaleiro Rio Grande 2 (ERG2) da WTorre Óleo e Gás Construções Navais.
Lorena Garibaldi
Fonte: Jornal Agora RS
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