itajaí - Num galpão de 10 mil metros quadrados, em condomínio industrial, embarcações milionárias e cobertas de luxo tomam forma. O estaleiro é da italiana Azimut, que acaba de triplicar as instalações na única filial brasileira, em Itajaí. Ali, entre operários vestidos de branco e com olhos atentos aos detalhes de acabamento, barcos de lazer ganham status de objetos de desejo.
A fábrica, que está em Itajaí há três anos, produz modelos com 43, 48 e 60 pés. A mudança de local da empresa, que saiu de um galpão na Rua Reinaldo Schmithausen para a região da Murta, coincide com o início da construção de iates de 70 pés – novidade da produção no Brasil, que já entra no mercado nacional com três unidades vendidas.
A fabricação de barcos cada vez maiores não é por acaso. A empresa saltou de seis embarcações entregues no primeiro ano no Brasil para uma previsão de 28 ao fim do ano náutico 2013-2014, que encerra em setembro. A meta é produzir iates mais próximos de 100 pés ano que vem, para uma clientela mais seleta e abonada. Segundo Davide Breviglieri, CEO da marca no Brasil, mercado não falta:
– O brasileiro vai de uma embarcação de 43 pés para uma de 70 em dois a três anos. No restante do mundo, essa mudança leva de cinco a seis para acontecer.
Os barcos custam de R$ 2,5 milhões a mais de R$ 10 milhões. É o que se paga por embarcações que aliam design confortável a itens de luxo, como o mobiliário italiano e detalhes talhados à mão. Se fosse possível comparar com o mercado automobilístico, não seria exagero dizer que um Azimut é produzido com o cuidado e a exclusividade da conterrânea Ferrari.
Embora já esteja no Brasil há algum tempo, a fábrica ainda não abriu mão de importar da Itália 60% dos itens que coloca nos barcos. Isso porque, de acordo com Breviglieri, não é possível encontrar os mesmos materiais e a mesma qualidade por aqui. Mas o consumidor brasileiro exportou seu jeito de apreciar a náutica. A Azimut criou churrasqueiras na plataforma de popa para agradar a freguesia – novidade que hoje faz parte de vários outros iates vendidos pela marca no mundo.
A fábrica brasileira é mais montadora do que produtora. Ainda assim, comprar um barco feito por aqui significa pagar um valor 20% menor do que o mesmo barco vindo da Europa, economia que pode equivaler a alguns milhões de reais.
Fonte: Jornal de Santa Catarina/DAGMARA SPAUTZ
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