Receba notícias em seu email

Navalshore

Bônus da OSX enfrentam perdas no mercado externo

Os bônus emitidos no exterior pela OSX, estaleiro do grupo controlado por Eike Batista, sofreram fortes perdas no mercado secundário nas últimas semanas, especialmente após os resultados ruins relativos à produção de petróleo em março por parte da OGX, petroleira do mesmo grupo. Na semana passada, a OGX informou que dois de seus três poços deixaram de produzir por 15 e 11 dias, alegando defeito em equipamentos submarinos e no sistema de geração de energia da plataforma OSX-1.

No sexta-feira, os títulos da OSX para 2015 eram negociados com preço de 88,5% do valor de face, bem abaixo da faixa de 99% que prevaleceu ao longo da primeira semana do mês. Eles foram vendidos a 100% do valor de face em março do ano passado, com rendimento ao investidor de 9,25%. Nos meses seguintes, as notas mostraram bom desempenho no mercado secundário, acima de 100%. Mantiveram trajetória bem melhor que os bônus da OGX para 2018, os mais líquidos da empresa, que terminaram a sexta-feira com preço na faixa de 58% do valor de face.

A vantagem das notas da OSX é que contam com garantia real da plataforma do tipo FPSO OSX-3 (que produz, armazena e transfere óleo), ainda em construção na Ásia. A captação tinha o intuito justamente de financiar a construção dessa plataforma, cuja entrega está prevista para 25 de setembro.

O documento que rege os bônus, a que o Valor teve acesso, determina que a plataforma OSX-3 (assim como a OSX-1 e 2) prestará serviços para a OGX depois que for construída. Caso a petroleira de Eike tenha dificuldades em assumi-la, ou não consiga pagar por seus serviços, esse fator poderia acarretar problemas também para o pagamento de rendimentos aos credores que detêm o título da OSX. Isso explica a queda acentuada do valor dos bônus.

"O anúncio da OGX na última terça-feira de que a produção de petróleo do mês de março veio abaixo da expectativa após problemas com a plataforma OSX-1 só trouxe mais preocupação ao mercado", diz um gestor que se desfez de títulos da OSX na quinta-feira. Os títulos determinam que será considerado um evento de calote caso a OGX não cumpra com suas obrigações diante do contrato de utilização da plataforma. "E não está mais claro para ninguém qual será o rumo da OGX", disse a fonte.

O gestor explica também que, antes, o mercado considerava os bônus da OSX mais seguros justamente por contarem com a garantia direta da FPSO OSX-3. Mas, diante da suposição de que essa garantia pode também ter problemas, após os eventos com a OSX-1 em março, o mercado passou a enxergá-los de outra forma. "A gente só começa a pensar nessas coisas ruins quando há um contexto de problemas", disse o gestor, que administra portfólio de renda fixa em um grande banco estrangeiro a partir de Nova York.

Procurada, a assessoria de imprensa da OSX informou que a construção da FPSO OSX-3 segue no ritmo previsto, com entrega esperada para o terceiro trimestre deste ano. "A OSX não comenta o desempenho dos bônus da companhia", diz nota encaminhada. Os termos dos títulos determinam que os credores sejam informados mensalmente sobre a evolução da construção da FPSO, e hoje cerca de 70% da plataforma já estaria pronta.

Outra peculiaridade dos bônus diz respeito às tramitações legais em caso de calote. Os bônus, lançados formalmente pela OSX 3 Leasing B.V., empresa com sede na Holanda e subsidiária direta da OSX criada especialmente para emiti-los, podem estar sujeitos à legislação daquele país caso haja uma situação de litígio entre credores e emissor.

De acordo com as leis holandesas, caso a situação vá aos tribunais diante de um eventual atraso no pagamento das obrigações, os juízes podem determinar prazo de um ano para que a empresa se recupere e volte a pagar credores antes de declarar um evento de "default". Caso os títulos estivessem sujeitos a leis americanas, por exemplo, a questão de litígio transcorreria de forma mais rápida, explica uma fonte.

Os bancos que coordenaram a captação da OSX foram os noruegueses Pareto Securities e DNB Markets. O escritório que representa os detentores dos títulos ("bond trustee") é o também norueguês Norsk Tillitsmann.

No fim de março o Pareto estruturou um empacotamento de dívida da OSX, no valor de US$ 265 milhões, para revender a investidores, mas não conseguiu concretizar a operação - o que também piorou a percepção do mercado em relação às empresas do grupo de Eike Batista.

Fonte: valor / Filipe Pacheco






PUBLICIDADE




Shelter

   Zmax Group    ICN    Ipetec
       

NN Logística

 

 

Anuncie na Portos e Navios

 

  Sinaval   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira