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Capitalização da Lupatech deve atrair pouco interesse

O prazo para acionistas da Lupatech exercerem o direito de preferência na capitalização da empresa se encerra hoje. Segundo analistas de mercado consultados pelo Valor, a captação da companhia de máquinas e serviços para o setor de petróleo e gás não deve ficar muito acima do valor mínimo acertado com BNDESPar, Petros e GP Investimentos, de R$ 350 milhões. Com isso, se distanciará do valor máximo de R$ 700 milhões, ao menos nesta primeira fase. A capitalização é parte do processo de reestruturação da empresa, que passa por grandes dificuldades financeiras desde 2008.

Além das incertezas em torno da possível recuperação da companhia, o valor da ação no aumento de capital acabou ficando caro. No dia 4 de maio, quando a capitalização foi aprovada pelos acionistas da Lupatech, a ação ON era negociada acima de R$ 4,20, fazendo com que a oferta, com preço de R$ 4, fosse atraente. Porém, desde o dia 10 de maio, a empresa vem fechando abaixo de R$ 4. Ontem, a ação fechou a R$ 3,71.

"Os subscritores das novas ações serão provavelmente os majoritários [BNDESPar, Petros e GP] nas proporções acordadas", diz Mario Bernardes Junior, analista do BB Investimentos. Segundo ele, o mercado ainda está reticente e o pequeno acionista tende a ficar receoso em investir capital sem ter segurança de que haverá retorno no futuro próximo. "Quem entraria além deles [BNDESPar, Petros e GP]?

Eu não tenho visto interesse de outros acionistas", disse um analista que preferiu não se identificar.

Os papéis da Lupatech passam por uma volatilidade maior desde o ano passado, quando a crise financeira vivida pela companhia piorou. Em maio deste ano, a desvalorização das ações foi influenciada pelos resultados do primeiro trimestre, que vieram piores que o esperado, explica Bernardes.

O patrimônio líquido da companhia no período continuou no vermelho e ficou ainda mais negativo. No fim de 2011, estava negativo em R$ 43 milhões e, em março, fechou em R$ 118,6 milhões negativos. O endividamento total da Lupatech cresceu 3% na mesma comparação. Ao fim de 2011, estava R$ 1,28 bilhão e alcançou R$ 1,32 bilhão em março.

A empresa registrou um prejuízo de R$ 69 milhões nos primeiros três meses do ano, uma piora frente ao prejuízo observado no primeiro trimestre de 2011, que foi de R$ 8,9 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa também apresentou forte recuo no balanço frente a igual período no ano passado, de 41% para R$ 9,5 milhões.

No entanto, nem tudo é ruim. Bernardes ressalta que o valor mínimo da capitalização de R$ 350 milhões é alto e deve garantir as operações da empresa pelo menos até o fim do ano, com capacidade de honrar dívidas e debêntures. Outros analistas acreditam que a operação deve dar um fôlego extra para a Lupatech até 2013.

Uma fonte lembrou, no entanto, que a empresa não detalhou seu plano de negócios para o próximo ano, o que torna as previsões muito difíceis e causa incerteza entre os investidores.

Na semana passada, a Lupatech informou que pediu um empréstimo de R$ 400 milhões ao BNDES para renegociar dívidas de curto prazo. O pedido, que está sendo analisado pelo banco, poderá representar um passo importante para a recuperação financeira da empresa.

Outro problema é a incorporação da San Antonio Brasil (SABR), negociada juntamente com a capitalização da companhia. A empresa vem informando que a união deve ser concluída ainda no primeiro semestre. Para os analistas, porém, os atrasos e a indefinição da data contribuem para o clima de desconfianças quanto ao futuro da Lupatech.

Após o encerramento desta primeira fase, haverá um rateio de sobras, ainda para acionistas, entre 13 e 19 de junho. No dia 20, a empresa poderá anunciar regras para um possível leilão aberto ao mercado.

Terminada a capitalização, a composição acionária da Lupatech será alterada. BNDESPar e Petros, que entrarão com R$ 300 milhões, passarão da participação conjunta de 26,5% para uma fatia entre 37,2% e 59,3%, dependendo da participação dos acionistas minoritários no aumento de capital. A GP passará a ser acionista, com os R$ 50 milhões que investirá na capitalização e outros R$ 50 milhões que receberá pela negociação da SABR. A empresa de private equity terá uma participação de 10,6% a 16,9% na Lupatech.

Fonte: Valor Econômico/Por Ana Fernandes | De São Paulo






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