SÃO PAULO - A capitalização da Petrobras passa a ser interessante não só para a estatal. De acordo com especialistas, as ações negociadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa) de empresas que prestam serviços e vendem produtos para a petrolífera também poderão usufruir a forte demanda esperada.
Uma das maiores promessas é a Lupatech, empresa de tecnologia que oferece produtos e serviços para a indústria de petróleo e gás, onde já é esperado um aumento dos pedidos por causa da capitalização da Petrobras.
"Essas empresas passaram a ser boa alternativa de investimento. Estão com um desconto temporário, principalmente a Lupatech, por ter apresentado um resultado financeiro não tão bom neste ano", explica Fausto Gouveia, economista-chefe da Legan Asset Management.
A empresa de tecnologia apresentou prejuízo de R$ 14 milhões no segundo trimestre de 2010, uma queda de 13,3% se comprado ao prejuízo de R$ 16,151 milhões do trimestre anterior. No acumulado do ano, o prejuízo foi de R$ 30,152 milhões.
"Os pedidos vão aumentar, mas a empresa terá de contratar funcionários, o que aumenta os custos. A empresa precisa se estruturar muito bem porque o melhor momento para trazer liquidez para as ações vai ser agora", afirma o economista da Legan.
Outras empresas também prestam serviços à Petrobras e têm ações listadas na Bolsa, como é o caso da Comgás, que faz um serviço de distribuição, e da Inepar, responsável por boa parte das plataformas da estatal.
As ações ordinárias da Lupatech vêm apresentando recuperação em setembro. No mês, os papéis apresentam valorização de 5,97%. Em 12 meses o desempenho esta um pouco negativo, com retração de 13,31%. No acumulado do ano, as ações registram queda de 20,18%.
As ações PN da Inepar apresentam valorização de 187,84% nos últimos 12 meses. No ano, a companhia registra queda de 22,05% em suas ações preferenciais. No mês, as ações estão com leva alta de 1,70%.
Já os papéis PNA da Comgás estão mais proveitosos, apresentando alta no mês, em 12 meses e no ano, de 3,03%, 19,84% e 17,83%, respectivamente.
"O mercado já vem de olho nas ações dessas empresas, mas é preciso ficar de olho também no número de pedidos que irão receber. Este é o momento para as companhias saírem da mesmice", acrescenta Gouveia. "O investidor não vai comprar as ações só porque a empresa fornece para a Petrobras. É preciso mostrar apetite de crescimento", finaliza o especialista.
O período de reserva dos novos papéis da Petrobras no varejo, incluindo fundos FGTS, começou a ser negociado ontem e vai até o dia 16 deste mês.
Os atuais acionistas poderão comprar os papéis na proporção de 0,34 nova ação por papel, mas será levado em consideração o número de ações em poder do investidor no dia 17 de setembro (data de corte).
Parceria
A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, disse ontem que a instituição quer ser "parceira na exploração do pré-sal", conquistando a liderança bancária junto ao setor. "Pretendemos ter em muito pouco tempo, no setor de petróleo e gás, o mesmo desempenho do setor imobiliário. Para dar ideia do que isso significa, hoje a Caixa tem 75% de toda a contratação do setor imobiliário."
Maria Fernanda vai assinar hoje um convênio com o Ministério dos Transportes para credenciamento do banco como agente financeiro do Fundo de Marinha Mercante (FMM), que se destina a garantir os recursos para ampliação e recuperação da frota mercante nacional.
Além disso, a instituição financeira, que tem um estande na feira que acontece como parte da programação do evento, vai assinar também um convênio de cooperação técnica com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) que prevê oferta de linhas de crédito para modernização tecnológica e capacitação de estaleiros nacionais.
Fonte: DCI/Eduardo Puccioni
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