O casco da P-55, que será a maior plataforma semissubmersível a ser construída no Brasil, atracou no cais sul do Estaleiro Rio Grande (ERG1), onde está localizado o primeiro dique seco de grande porte do País, às 14h de ontem. A operação de ingresso da estrutura, vinda de Pernambuco, no porto rio-grandino se iniciou às 6h25min de sta segunda, quando ela estava a aproximadamente 11 quilômetros da entrada do porto. Conduzido por seis rebocadores - dois oceânicos e quatro portuários -, a uma velocidade de dois nós, o casco cruzou os Molhes da Barra às 10h e às 13h20min chegou em frente ao ERG1, em seguida posicionando-se para atracação.
A estrutura ficará ancorada no cais sul do ERG1 por um período de 30 a 40 dias, durante o qual passará por processo de liberação alfandegária e preparação para o "mating" (união do deckbox com o casco). Na última semana de fevereiro, deve entrar no dique seco para o encontro com o deckbox (convés), que está sendo construído pela Quip dentro do dique e que estará com dois dos oito módulos da plataforma.
Para essa operação, o convés, cujo peso é de 17 mil toneladas, será içado a uma altura de 54 metros, com o uso de 12 macacos hidráulicos em ação simultânea, e o dique seco será inundado para entrada do casco embaixo do convés. Construído no Estaleiro Atlântico Sul, em Suape, o casco dessa plataforma tem 94 metros de comprimento, 94 de largura e 44 de altura, e peso de 25 mil toneladas.
O "mating" deverá durar de dois a três dias e envolverá em torno de 80 trabalhadores. Conforme a Petrobras, essa ação é considerada o marco mais desafiador do processo construtivo, exigindo planejamento minucioso e extenso processo de avaliação de riscos. Feita essa operação, será retirada toda a água do dique seco para fixação das estruturas e colocação dos demais módulos na plataforma. Em junho, a P-55 deverá ser removida para o cais, onde será completado o processo de integração. A previsão é que essa plataforma fique pronta em dezembro de 2012.
O diretor-geral da Quip S/A, Miguelangelo Thomé, parabenizou a Petrobras e os demais envolvidos pelo sucesso nos processos de transporte e atracação do casco da P-55 em Rio Grande. Observou que, a partir de agora, os desafios da Quip são ainda maiores. "Essa é a primeira plataforma semissubmersível do RS e pela primeira vez o dique seco do Rio Grande será utilizado em uma gigantesca operação de mating, inédita no País e recordista mundial em elevação de peso em altura, na indústria naval. A Quip encara mais esse desafio pioneiro, trazendo mais desenvolvimento e conquistas para a engenharia nacional, o Estado do RS e para o País", ressaltou.
O superintendente do Porto do Rio Grande, Dirceu Lopes, disse que a chegada do casco da P-55 representa a consolidação do processo da construção naval brasileira, em que Rio Grande é um dos principais protagonistas. "A entrada da P-55 traz esperança e renda para toda a região. É o acerto da política pública do governo federal”, destacou.
A plataforma
A P-55 é uma unidade do tipo semissubmersível. Será a maior deste tipo construída no Brasil. Atuará no Campo de Roncador, localizado na Bacia de Campos, onde ficará ancorada em profundidade de 1.800 metros e terá, no total, 18 poços a ela ligados. É destinada à produção de 180 mil barris de óleo por dia e, junto com o petróleo, deverá produzir 4,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Em sua construção, serão investidos de 1,5 a 2 bilhões de dólares.
O casco da P-55 é o terceiro recebido em Rio Grande. O primeiro foi o da P-53, em setembro de 2007, e o segundo foi o da P-58, que chegou ao Município em outubro do ano passado.
Fonte: Jornal Agora (RS)/Carmem Ziebell
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