A Caterpillar, um dos maiores fabricantes mundiais de equipamentos para construção e mineração, vai começar a produzir, no Brasil, grupos geradores diesel-elétricos de grande porte para plataformas de perfuração de poços de petróleo. A iniciativa amplia a presença da empresa no mercado brasileiro de petróleo e gás. E vai permitir à companhia fornecer grupos geradores à Petrobras, que prevê contratar 33 novas sondas de perfuração, construídas no país, a partir de 2016. Os novos grupos geradores serão produzidos na fábrica da empresa em Piracicaba (SP) com índice de conteúdo nacional de, no mínimo, 60%, disse Dave Dunlevy, diretor mundial de óleo e gás da Caterpillar.
Hoje, a empresa anuncia, na Rio Oil &Gas, maior evento da indústria de petróleo na América Latina, o lançamento dos novos grupos geradores. Batizados de C280 e 16CM32C, os equipamentos têm potência de 1.820 eKW (iniciais de electrical kilowatt) até 7.680 eKW. A Caterpillar já produz em Piracicaba a série de geradores diesel-elétricos 3500C, com potência de 1.360 eKW até 2.250 eKW. "O Brasil é um país chave de crescimento para nós em função do pré-sal, mas também pela demanda da economia por mais energia", disse Dunlevy.
Entre 2011 e 2012, a Caterpillar investirá R$ 350 milhões no Brasil em modernização e aumento da capacidade de produção das fábricas de Campo Largo (PR) e Piracicaba (SP). Parte dos recursos já foram aplicados na produção dos geradores da linha 3500C, cujas máquinas são usadas em barcos de apoio offshore, rebocadores e empurradores marítimos. Para lançar a nova linha de geradores, a Caterpillar vai precisar investir mais R$ 20 milhões uma vez que a maior parte do investimento foi realizada, disse Dunlevy.
Os primeiros geradores C280 serão entregues em março de 2013. Os equipamentos foram idealizados para uso em plataformas semi-submersíveis e barcos de apoio às atividades de petróleo e gás. A outra família, a 16CM32C, foi projetada para operar em navios-sonda de perfuração de poços de petróleo.
Dunlevy disse que na família 3500C a empresa conseguiu certificação de 64% de conteúdo nacional. A certificação é dada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e permite financiar a produção do equipamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Caterpillar está otimista que conseguirá atingir índice semelhante de nacionalização nas duas novas famílias de geradores.
Dunlevy afirmou que os motores dos novos equipamentos serão importados, mas grande parte dos demais componentes será fornecida localmente. A empresa tem cinco grandes fornecedores locais para os maiores componentes dos geradores.
Segundo Dunlevy, a política da empresa é aumentar o conteúdo nacional de forma factível e racional. Suely Agostinho, diretora de assuntos corporativos da Caterpillar, disse que a empresa segue a política de conteúdo local fixada pelo governo: "Estamos aqui [no Brasil] para jogar de acordo com as regras que são importantes para o desenvolvimento do país." O investimento da Caterpillar também está alinhado com a rede de revendedores.
A Sotreq, revendedor autorizado para produtos e serviços Caterpillar e MaK, comprou terreno de 25 mil metros quadrados em Macaé (RJ), onde vai construir uma nova filial com investimentos de R$ 20 milhões. A unidade deve entrar em operação até junho de 2013 e terá centro de treinamento para motores, oficina de reparos de componentes e estoque com maior capacidade de peças de reposição.
Fonte: Valor Econômico / Francisco Góes
PUBLICIDADE
