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Chemtech estima dobrar receita em petróleo e gás

Fundada há 21 anos por alunos de mestrado dos programas de pós-graduação e pesquisa de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), a carioca Chemtech, controlada pela alemã Siemens, vai crescer no Brasil e no exterior apoiada em negócios na área de petróleo e gás. Hoje a empresa fatura R$ 200 milhões por ano, sendo 90% obtido em contratos do setor de óleo e gás. Em cinco anos, a receita poderá dobrar, diz o presidente da empresa, Daniel Moczydlower.

O crescimento da Chemtech será sustentado pelo mercado doméstico de petróleo, em um cenário de exploração das reservas do pré-sal, e por atividades de consultoria e de prestação de serviços nas áreas de engenharia de processos e de TI - duas expertises da empresa - no exterior. A ideia é exportar o conhecimento e a experiência em engenharia de processos de refino e de petroquímica acumuladas pela empresa em mais de duas décadas.

A Chemtech também tem planos de atuar no segmento de energia renovável no país, incluindo soluções para geração termelétrica a gás e fonte eólica. A intenção é combinar o potencial de desenvolvimento de projetos da Chemtech com produtos e equipamentos da Siemens para oferecer um "pacote" aos investidores da área de geração elétrica. A atuação na área de energia poderá fazer a receita da Chemtech crescer ainda mais, disse Moczydlower. A Chemtech integra a divisão de óleo e gás do setor de energia da Siemens.

Segundo Moczydlower, por meio da Siemens, a Chemtech está estabelecendo representação nos Emirados Arábes Unidos e prospecta oportunidades não só nos Emirados, mas também na Arábia Saudita, Omã e Qatar. A estratégia de internacionalização da empresa passa ainda por Houston, nos Estados Unidos, onde a Siemens tem empresa de engenharia que atua no setor de óleo e gás. A Chemtech vai fazer parceria com essa empresa americana para intercâmbio de tecnologias entre Brasil e Estados Unidos. A empresa carioca tem 1,2 mil funcionários, dos quais cerca de mil são engenheiros com idade média de 29 anos.

"O setor de petróleo e gás vai continuar sendo o principal mercado de atuação da Chemtech nos próximos dez anos", prevê Moczydlower. Hoje o maior contrato que a empresa tem em carteira, assinado em março de 2008, no valor de R$ 119 milhões, refere-se à elaboração do projeto-executivo completo da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), da Petrobras, em Pernambuco. O projeto contempla as principais unidades de refino e tratamento de derivados, todas projetadas pela Chemtech.

A empresa terá de fechar o projeto-executivo da Rnest ainda este ano, disse o executivo. As empresas responsáveis pela construção da obra seguirão o projeto elaborado pela empresa. Moczydlower disse que a Chemtech também assinou contratos para as refinarias premium I e II, da Petrobras. O executivo não informou os valores envolvidos pois, segundo ele, a Chemtech foi contratada por meio da UOP (United Oil Products), que ganhou concorrência para fornecer tecnologia e projeto de pré-detalhamento para as refinarias. Ele indicou, no entanto, que para a Chemtech o contrato das refinarias premium é semelhante, em valores, ao que foi assinado com a Rnest.

Moczydlower disse que a empresa também tem contrato com o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio, pelo qual será a responsável, nos próximos dois anos, pelos projetos básicos de plataformas da estatal, incluindo unidades semisubmersíveis, navios-plataformas e unidades fixas. O contrato exclui sondas de perfuração. Com a Petrobras, a Chemtech já desenvolveu diversos projetos, como o Petrox, um software que simula processos e que é uma das principais ferramentas da engenharia básica no Cenpes, disse Moczydlower.

Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes | Do Rio


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