Mesmo com voto contrário de quatro credores, incluindo Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (BB), o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Ipojuca (PE), conseguiu aprovar o seu o plano de recuperação judicial, que envolve uma dívida de R$ 1,4 bilhão.
Em assembleia na sexta-feira, o plano recebeu voto favorável geral de 91,51% dos credores, que representam mais da metade de todos os créditos presentes no encontro para deliberar sobre o assunto.
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Durante a assembleia, a Caixa Econômica Federal propôs a criação de um comitê de credores, mas não obteve quórum suficiente para levar o pleito adiante. O banco ressaltou que discordava do impedimento de ajuizar qualquer crédito, executar sentença, decisão judicial ou sentença arbitral, penhorar bens e executar qualquer garantia real.
“A Caixa discorda da votação de novo plano de recuperação judicial ou contraproposta ao plano de recuperação judicial vigente sem a concessão de tempo hábil, de pelo menos 60 dias, para análise e governança interna”, afirmou o banco durante a assembleia, de acordo com ata.
Já o BB afirmou que discorda do deságio das condições de pagamento apresentadas pelo EAS, assim como da extinção das obrigações perante os coobrigados, fiadores, avalistas com o cumprimento integral do plano, reservando-se o direito de ajuizar a cobrança judicial em face desses. Além disso, afirmou, o Banco do Brasil se reserva ao direito de não dar permissão em provável alienação de bens com hipoteca em seu favor.
Juntos, Caixa e Banco o Brasil representam menos de 10% do total dos créditos envolvidos nas negociais com o EAS, cujos donos são os grupos Queiroz Galvão e Camargo Corrêa.
Fonte: Valor