Sustentabilidade está na ordem do dia de novos estaleiros e contribui para redução dos impactos ambientais, sociais e econômicos
PUBLICIDADE
Assuntos relacionados à sustentabilidade têm ganhado espaço nas agendas das empresas. Uso eficiente de água, tratamento de resíduos, medição e compensação de emissões de CO2 são iniciativas que contribuem para a redução dos impactos ambientais, sociais e econômicos. E essas práticas já estão sendo incorporadas pelos novos estaleiros.
Oito projetos que contribuam para a sustentabilidade social, ambiental e econômica das comunidades dos municípios de Aracruz e Fundão serão selecionados pelo estaleiro Jurong Aracruz (EJA) para receberem recursos financeiros e serem desenvolvidos até 2013. As propostas podem ser enviadas até o dia 31 de agosto e a divulgação do resultado está prevista para o próximo dia 1° de novembro.
Segundo a companhia, serão aceitos projetos que estejam alinhados com as dimensões da sustentabilidade, que são de natureza econômica, cultural, ambiental e social. Podem ser inscritos projetos que solicitem recurso financeiro de até R$ 25 mil e que sejam realizados num período de 12 meses, com a possibilidade de renovação por mais um ano. As informações sobre o programa estão disponíveis no site da empresa.
Além desta iniciativa, o EJA já vem realizando programas de gerenciamento e controle constante de suas atividades. Entre eles estão os monitoramentos de emissão de poeira, ruídos, da qualidade da água superficial e subterrânea e monitoramento marinho. Segundo a diretora institucional do EJA, Luciana Sandri, todos os resíduos gerados são devidamente identificados, separados, armazenados e recolhidos por uma empresa licenciada. “Todas as atividades realizadas durante a fase de instalação do empreendimento têm como objetivo a preservação e conservação do meio ambiente, a segurança dos colaboradores, geração de emprego e renda e melhoria da qualidade de vida nas comunidades do entorno”, explica. Como medida compensatória à supressão vegetal, o EJA executa um plano de recuperação de áreas degradadas, restaurando uma área de 57 hectares em área indígena. Em breve, diz a companhia, também será iniciado o projeto de recuperação em área de restinga.
Na Bahia, o estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) vai destinar 400 mil metros quadrados de sua área total à preservação ambiental. A companhia já investiu cerca de R$ 7 milhões em uma série de medidas socioambientais. Entre elas estão o mapeamento de espécies e manutenção de flora e fauna regionais; a criação de viveiros com mais de 40 mil mudas de árvores nativas; e ações de educação ambiental para as comunidades do entorno. A essas são somadas iniciativas de apoio financeiro e logístico às cooperativas locais de costureiras e maricultores e capacitação para formação de colônias pesqueiras da Baía do Iguape.
A OSX tem promovido 35 programas temáticos voltados ao monitoramento, gestão e proteção dos meios físico e biótico. São ações que visam à proteção de recursos hídricos, solo, qualidade do ar, flora e fauna da região de implantação do estaleiro UCN Açu. No município de São João da Barra (RJ), por exemplo, a companhia tem contribuído com a implantação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Caruara que, segundo a companhia, será a maior unidade de conservação privada do país destinada à conservação do ecossistema de restinga. A OSX apoia ainda a implementação de melhorias na infraestrutura urbana do município com o objetivo de contribuir para seu crescimento ordenado e sustentável. A empresa destaca também que o desenvolvimento do Instituto Tecnológico Naval (ITN) representa uma contribuição estratégica para a geração de oportunidades de qualificação profissional para a região Norte Fluminense.
O conceito adotado na construção do estaleiro Rio Tietê (ERT) também norteou medidas técnicas visando à sustentabilidade. De acordo com o diretor do ERT, Fabio Vasconcellos, todo o efluente doméstico será tratado em circuito hermético e compacto, transformando biomassa e líquidos em água de reúso. O tratamento das chapas será processado em circuito fechado, eliminando a emissão de particulados em suspensão. Nas câmaras de pintura será utilizada cortina de vaporização para que as partículas industriais sejam coletadas e destinadas a tratamento específico, restringindo a contaminação de corpos d’água, com solventes ou hidrocarbonetos resultantes do processo. O estaleiro também está desenvolvendo um projeto específico de recomposição de mata nativa e ciliar em corredor biológico adequado no município sede de suas atividades.
Até mesmo as embarcações construídas lá contam com medidas sustentáveis. Vasconcellos conta que houve uma preocupação da Transpetro quanto à diminuição do consumo de combustível e de emissão de gases em todos os motores, tanto principais como auxiliares, dos comboios hidroviários. As embarcações, diz o executivo, obedecerão aos padrões de emissão Tier 2, cujas especificações minimizam o volume de emissões. “Além disso as barcaças e os empurradores têm casco duplo nas respectivas áreas de carga, minimizando significativamente a possibilidade de vazamento de combustível em caso de avarias”, conclui. (DJ)