Os credores estão em pé de guerra pelas plataformas de petróleo da OSX, de Eike Batista. A empresa naval pediu recuperação judicial e os equipamentos são os únicos ativos valiosos.
A disputa envolve quatro credores: Votorantim e Santander, que avalizaram um empréstimo de mais de R$ 1 bilhão para a OSX, e os fornecedores Acciona e Techint.
Segundo apurou a Folha, o grupo já está se reunindo para tentar chegar a um acordo. A ansiedade é para definir os lugares na fila de pagamento, quando as plataformas forem vendidas.
Pela lei, os primeiros a receber são os financiadores das plataformas (bancos e detentores de títulos de dívida, chamados de bondholders). Depois, os construtores, como a Techint.
Votorantim, Santander e Acciona não têm preferência, porque financiaram ou prestaram serviço para outro projeto da OSX, o estaleiro que não ficou pronto.
A corrida foi desencadeada pela Acciona, que reclama R$ 300 milhões e conseguiu que a Justiça holandesa arrestasse as ações da OSX Leasing, dona das plataformas sediada naquele país.
A movimentação incomodou os bancos, que haviam concordado em renovar o aval do empréstimo por um ano, desde que recebessem o dinheiro da venda das plataformas em garantia.
Os advogados dos bancos entendem que o juiz na Holanda concedeu o arresto sem ter essa informação e estudam se vão entrar na Justiça.
O problema é que o acordo que favorece os bancos foi assinado com a OSX, mas ainda não foi registrado, por questões burocráticas.
É uma incógnita se a Justiça holandesa considerará válidas as garantias dos bancos ou se dará preferência à Acciona, que agiu primeiro.
A OSX avalia que há como pagar a todos, porque as plataformas valem mais que as dívidas. A empresa apresenta seu plano de recuperação até meados de março. Votorantim, Santander e Acciona não deram entrevista.
Fonte: Folha de São Paulo/RAQUEL LANDIM/DE SÃO PAULO/RENATA AGOSTINI/DE BRASÍLIA
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