Sem muito alarde, a construção naval passou por uma crise nos últimos meses. A situação foi atenuada com anúncio da Petrobras da contratação de 24 barcos de apoio de imediato e mais 23 em junho. Como cada barco custa em média US$ 50 milhões, isso representa em torno de US$ 2,5 bilhões no mercado. Mesmo assim, houve boatos de encomenda de plataformas no exterior e outras linhas cruzadas.
Os líderes da construção naval destacam que a Transpetro tem de encomendar três navios, para concluir seus dois planos de expansão (Promef I e Promef II), e pouco se fala sobre isso. Muita gente não entendeu quando saiu a notícia de que Lula pedia recursos para o setor; sabedor do problema, o ex-metalúrgico prometeu usar sua influência para impedir quebra na continuidade – o que seria fatal para as empresas do setor, já traumatizadas por décadas de crise aguda.
Em meio a esses problemas, alguns estaleiros fizeram demissões, também não muito comentadas. Em Niterói, foi fechado acordo com os metalúrgicos, pelo qual os salários vão subir 9,5%, cerca de 50% acima da inflação de 6%.
Pouco a pouco, o Custo Brasil vai se impondo. Pelo índice Big Mac, um hambúrguer custa US$ 4,07 nos Estados Unidos e US$ 6,16 no Brasil. Muita gente critica o custo dos navios brasileiros, mas todos sabem que pessoal e peças no mercado interno estão acima dos valores de muitos concorrentes.
Fonte: Sergio Barreto
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