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Desconhecido pelo setor, ministro foi indicado pelo PSB

Leônidas Cristino, nascido em Coreaú, no Ceará, em 1957, foi indicado ao cargo de ministro-chefe da Secretaria dos Portos (SEP) pelos irmãos Cid Gomes, governador do Ceará, e Ciro Gomes, ministro de Integração Nacional durante o governo Lula, ambos filiados ao PSB. Eles são amigos desde a juventude.

A amizade começou em Sobral, interior cearense, para onde Cristino se mudou com a família com seis meses de idade. Como não havia cursinho pré-vestibular na cidade, Cristino foi para Fortaleza. Dividiu um apartamento com Ciro e outros colegas durante o curso de engenharia rodoviária. Nos últimos dois anos, Cid, mais novo, também morou com eles. Formado, Cristino trabalhou na obra do terminal de Ponta da Madeira (MA), e depois em outras no Sul do Maranhão, Mato Grosso e Rondônia.

Quando Ciro foi eleito prefeito de Fortaleza, em 1988, convidou Cristino para integrar a equipe. "Naquele momento a cidade estava totalmente destruída e ele se comprometeu com a população que recuperaria a cidade em cem dias. E cumpriu", diz.

Quando Ciro renunciou para se candidatar ao governo do Estado, Cristino retomou a carreira de engenheiro. Com a eleição do amigo, assumiu a Secretaria de Transportes, Energia, Comunicações e Obras. A natureza do trabalho exigia muitas viagens, afirma Cristino. "Eu sempre gostei de ver as coisas acontecerem", diz ele, que passou a ser conhecido em toda parte.

"A imprensa começou a dizer que eu era candidato a deputado. E eu dizia: 'Rapaz, só estou fazendo meu serviço'". A essa altura, ele já era filiado ao PSDB. O partido achou que valia a pena apostar. Elegeu-se com 90 mil votos, mas não conseguiu a reeleição. Voltou para Sobral, que era administrada pela segunda vez por Cid Gomes. Cristino foi nomeado secretário municipal de Obras.

Em 2002 cumpriu novo mandato como deputado, agora pelo PPS, renunciando dois anos depois para se candidatar à Prefeitura de Sobral. Foi reeleito em 2008 com 74% dos votos válidos.

O convite para a SEP, no início do governo de Dilma Rousseff, foi uma surpresa, afirma. Surpresa também para o setor portuário, de quem era um ilustre desconhecido. Logo depois da nomeação, lideranças do segmento especulavam sobre a falta de experiência portuária de Cristino. "Sobral não tem porto", ouvia-se no meio. Perguntado como o comentário lhe soou, diz: "Como seu tivesse que trabalhar muito".

(Fonte: Valor Econômico/FP)/Para o Valor, de Santos


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