Diferente da navegação de apoio marítimo, que possui uma exigência para a contratação de conteúdo local, o segmento de cabotagem possui condições mais flexíveis que requerem índices mínimos para a fabricação de embarcações no Brasil. Porém, os pedidos de encomendas esbarram em entraves como custo elevado para a construção e dificuldade no cumprimento dos prazos. Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), Luis Fernando Resano, esses são os principais dilemas vividos pelas armadoras na hora de escolher entre a construir no Brasil ou importar.
O vice-presidente do Syndarma acredita que os estaleiros nacionais possuem condições para competir, dentre outros motivos pelas altas taxas de impostos para a importação, que podem chegar a 50%. Para ele, que é um dos especialistas confirmados na grade do Fórum de Líderes da Marintec South America - Navalshore 2015, a decisão de construir embarcações no Brasil ou encomendar no exterior depende muito da necessidade do armador. Se existe urgência para operar, por segurança as empresas optam pela produção internacional devido à agilidade, mas se for uma demanda de longo prazo há vantagem em construir no Brasil.
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A cabotagem cresce de 10% a 12% ao ano no país, por ser economicamente mais barata e sustentável. “As empresas estão investindo no transporte, ninguém vai comprar um navio para deixar parado enquanto não tem carga. O custo é muito elevado e por isso o navio precisa estar rodando. O que precisa é ter carga com regularidade e volume. A frota de cabotagem está pronta para atender o mercado”, destaca Resano ao afirmar que o setor está preparado para atender novas demandas.
De acordo com o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Fernando Fonseca, que também estará no Fórum do evento, uma das soluções para incentivar ainda mais o transporte de cabotagem é prestigiar o armador brasileiro. “Podemos conseguir um frete muito mais em conta apesar do risco Brasil. Nosso custo portuário é muito elevado, então precisamos incentivar os armadores brasileiros e melhorarmos as condições do nosso custo de logística.”
A cabotagem é um dos temas que serão discutidos no Fórum de Líderes, que será realizado pela Marintec South America - Navalshore, maior feira de construção e manutenção naval da América do Sul. O fórum é organizado em parceria com o Sistema FIRJAN e Sinaval, para debater soluções estratégicas que contribuam com a retomada da atividade da cadeia produtiva. O encontro acontecerá paralelamente à Marintec-Navalshore, que ocorre de 11 a 13 de agosto, no Centro de Convenções SulAmerica, no Rio de Janeiro.
Sobre a Marintec South America
Em 2015, a Marintec South America assume novo posicionamento estratégico no mercado, tornando-se o único evento do país a servir o setor com discussões e debates sobre o cenário da indústria naval e offshore, com o objetivo de gerar soluções para aumento da produtividade, da operacionalidade, da qualificação profissional, do emprego da tecnologia, dos investimentos e da demanda e oferta para toda a cadeia do setor. São 11 mil metros quadrados, 380 marcas expositoras, 17 países e sete pavilhões internacionais.
Este ano a Marintec enriqueceu seus eventos de conteúdo, que acontecem paralelamente à feira. Serão realizadas a Conferência Fórum de Líderes, o Seminário de Renovação da Frota Pesqueira, além do Espaço Inovação e ações de capacitação profissional.