Levantamento estima que a destruição de plataformas de petróleo deve movimentar quase R$ 90 bilhões até 2029 no Brasil
O estudo foi produzido pela consultoria internacional Wood Mackenzie e divulgado no jornal O Globo neste domingo (11.out.2020).
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Uma plataforma de petróleo tem vida útil média de 25 anos. Pelo menos 102 plataformas (31 flutuantes e 71 fixas) devem ser “aposentadas” ao longo da década no país.
Uma série de procedimentos estabelecidos pela ANP (Associação Nacional de Petróleo), pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) e pela Marinha obriga as petroleiras a destinar orçamento considerável para as desativações.
As exigências, de acordo com o estudo, abrem oportunidades para prestadores de serviço, da engenharia aos rebocadores. O retorno financeiro também ocorre pela transformação de milhares de toneladas de aço em sucata.
Eis as etapas de desativação das plataformas de petróleo:
descomissionamento: nesta fase, os poços de petróleo são fechados e abandonados. São retirados equipamentos e estruturas do fundo do mar e da superfície da plataforma. As peças são limpas e transferidas por balsas, levadas para terra por rebocadores. A plataforma é limpa para eliminar resíduos acumulados;
remoção:
plataformas fixas: as estruturas são cortadas com maçaricos ou explosivos e as peças de aço são içadas por guindastes de alta capacidade e levadas para terra por rebocadores;
plataformas semissubmersíveis ou do tipo FPSO (unidade flutuante de armazenamento e transferência): o sistema de ancoragem é cortado e a estrutura rebocada até o estaleiro;
desmantelamento: no estaleiro, os materiais são descontaminados. É feita a retirada de sinais do cora-sol. As peças e equipamentos são separadas para a destinação final: sucata ou reciclagem.
A ANP prevê que, só nos próximos 5 anos, pelo menos R$ 26 bilhões serão investidos em descomissionamentos. A agência já aprovou processos de descomissionamento de 21 sistemas de produção e outros 14 estão em análise.
A Petrobras anunciou recentemente que investirá ao menos US$ 6 bilhões (cerca de R$ 33 bilhões) em descomissionamentos até 2024. Segundo a estatal, 18 de suas plataformas sairão da operação nos próximos anos. Algumas têm mais de 40 anos.
Fonte: MSN