O empresário Nelson Tanure se encontrou em Nova York na terça-feira com Robert Citrone, do fundo americano Discovery Capital Management, com quem o empresário brasileiro começou a disputar o controle da HRT por meio da JG Petrochem.
O encontrou durou pouco mais de 30 minutos e, segundo apurou o Valor, o Discovery informou a Tanure que, uma vez que o empresário iniciou uma arbitragem contra o fundo, qualquer conversa teria que acontecer naquele fórum. A menos que o empresário não levasse adiante o procedimento. Tanure teria, então, informado que iria retirar os processos arbitrais - em um deles Tanure acusa o Discovery de já teria ultrapassado fatia de 20% da HRT sem realizar uma oferta pela companhia, como pede o estatuto. No outro, acusa o fundo de vazamento de informações.
Tanure foi à reunião acompanhado do ex-ministro das Comunicações, Hélio Costa, indicado para membro do conselho da HRT na chapa da atual administração da companhia. A proposta era a de propor uma trégua para que o conflito no comando da companhia se encerre e as atenções sejam voltadas apenas para o negócio. A JG tem 19,25% da HRT e o Discovery, 17,7%. Nessas condições, ambas continuarão dividindo o conselho e medindo forças na HRT. Em tese, a gestora americana poderia ter alguma vantagem por contar com o apoio de outros fundos para eventuais indicações ao conselho. No entanto, as compras recentes de Tanure na bolsa provocaram alta superior a 60% nos papéis da HRT e Itaú e Putnan já reduziram posições na petroleira.
Segundo fontes, mesmo que Tanure encerre os processos arbitrais, as possibilidades de acordo são muito difíceis. Isso porque Tanure quer que o Discovery concorde com uma espécie de perdão para Marcio Mello, criador da HRT. Já o Discovery quer que os acionistas avaliem a possibilidade de processar Mello pelo fato de ele ter aprovado um pacote de remuneração que previa uma indenização no caso de a administração da HRT não conseguir eleger alguns conselheiros que desejasse. A possibilidade de, tanto o Discovery quanto a JG fazerem uma oferta por toda a HRT é mínima, avaliam fonte. Isso porque o valor seria muito alto, já que, conforme o estatuto da empresa, essa oferta teria de ser a valor econômico e acrescida de prêmio de 20%. A HRT é negociada em bolsa abaixo do valor patrimonial e possui perspectivas difíceis.
Fonte: Valor Econômico/Ana Paula Ragazzi e Claudia Schuffner | Do Rio
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