Depois da crise instalada após os anos 1970, quando o Brasil ocupava o segundo lugar mundial na construção de navios, o País passou a enfrentar o sucateamento da frota e a perda da mão de obra especializada. E em Pernambuco não foi diferente. Para não ter problemas com seu funcionamento, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) optou por qualificar parte do seu quadro de funcionários. Atualmente, o EAS conta com 4,8 mil trabalhadores. Deste total, 3,5 mil passaram pelo treinamento.
“Realizar o nosso próprio treinamento sai mais caro, porém, o nosso retorno é melhor. Este é um custo que já estava inserido na nossa equação”, afirmou o presidente do EAS, Ângelo Bellelis. De acordo com dados enviados pela assessoria de Imprensa do EAS, o custo mensal por aluno qualificado no Centro de Treinamento é de R$ 2.638. Já as qualificações realizadas no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) tem um custo mensal de R$ 1,1 mil. Ainda conforme estatísticas do EAS, 22% dos funcionários são primeiro emprego e 12% mulheres.
Segundo Bellelis, o EAS já investiu R$ 16 milhões na qualificação de seus funcionários, sendo R$ 3,5 milhões na construção de um centro de treinamento, onde são realizadas as qualificações. “Essas pessoas passam de dois a três meses participando do treinamento”, contou.
Familiares de trabalhadores também têm direito, se desejarem, de participar do programa de qualificação.
Para suprir a necessidade de profissionais experientes, o Atlântico Sul também trouxe para Pernambuco 120 brasileiros descendentes de japoneses que foram ganhar a vida trabalhando em estaleiros no Japão. “Esses profissionais são peças importantes porque, além de estarem acostumados a trabalhar com o setor, são mais críticos e instigadores”, enfatizou. O EAS é resultado de investimentos de R$ 1,8 bilhão e tem capacidade para 160 mil toneladas de aço por ano.
Fonte:Folha de Pernambuco (PE)
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