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EAS tem contrato suspenso pela Transpetro

Após amargar prejuízo de R$ 1,35 bilhão no ano passado, perder em março deste ano seu parceiro tecnológico (a coreana Samsung) e entregar o primeiro navio cargueiro (João Cândido) com quase dois anos de atraso, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) teve suspenso um contrato orçado em R$ 5,3 bilhões em encomendas de 16 navios.

A decisão foi tomada por seu principal cliente, a Transpetro, subsidiária da Petrobras na área de logística. A estatal informou em comunicado que suspendeu a execução dos contratos desse lote, que compõe um total de 22 navios petroleiros encomendados ao EAS, os quais integram seu Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef).

O pagamento referente ao lote suspenso, que custaria em torno de R$ 5,3 bilhões, foi sustado até que a EAS consiga novo parceiro tecnológico habilitado para executar o contrato, exigiu a Transpetro. A decisão foi tomada em acordo com o EAS, que na última semana assinou os termos da suspensão com a estatal, os quais foram adicionados ao contrato.

Pelo acordo, o estaleiro tem até 30 de agosto para encontrar o novo parceiro. A Samsung se comprometeu apenas com a entrega dos seis primeiros navios. Apenas o petroleiro João Cândido foi entregue, na última sexta-feira.

Além de encontrar novo sócio (que deve ficar com 30% do EAS) e parceiro tecnológico, o estaleiro terá de apresentar, no mesmo prazo, um plano de ação e cronograma confiável de construção dos navios. Segundo a Transpetro, o EAS terá de entregar um projeto de engenharia para os navios dentro das especificações técnicas previstas nos contratos.

Caso isso não seja atendido, a Transpetro advertiu que rescindirá os contratos. Para acompanhar a execução, a estatal anunciou a criação do Setor de Acompanhamento dos Processos de Produção (SAP), com papel de "apontar caminhos para que os estaleiros melhorem seus padrões de produtividade", e de auditar todas as etapas da linha de montagem dos navios.

O EAS é controlado meio a meio pelas construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. Procurado, o EAS informou que não se pronunciaria ontem sobre o assunto.

Fonte:Valor Econômico/Marcelo Mota






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