A indústria elétrica e eletrônica brasileira deve faturar, até o final deste ano, cerca de R$ 125 milhões, o que equivale a um crescimento de 12% em relação a 2009. A estimativa é da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e deve ocorrer em função da intensa atividade do mercado interno.
“O mercado interno está bastante ativo, enquanto as exportações vêm caindo ano a ano. Este ano, elas devem cair 10% em relação ao ano passado. Mesmo assim, quem fez investimentos no mercado externo continua atuando, sendo que a situação pode mudar ao longo do tempo”, comenta o presidente da Abinee, Humberto Barbato, que esteve ontem proferindo palestra na Federação das Indústrias do Paraná.
Atualmente, a indústria elétrica e eletrônica tem participação de 4% do PIB (Produto Interno Bruto Nacional). A Abinee acredita que o setor tem capacidade para atingir 7% até o ano de 2020.
Para que isto aconteça, de acordo com Barbato, é necessário uma série de ações de políticas industriais, sendo preciso produzir componentes ativos e passivos que proporcionem crescimento.
“A valorização cambial dos últimos anos tem sido o principal responsável pela perda de competitividade da nossa indústria, tanto no mercado interno quanto no internacional”, afirma Barbato. “Além disso, a carga tributária, os juros elevados, a burocracia, a falta de mão-de-obra qualificada e a estrutura logística continuam onerando nossos custos e agravando nossa situação desfavorável em relação aos competidores internacionais”, acentua.
Para fortalecer a indústria, a Abinee defende uma reforma no país, que passa por mudanças na política cambial, política de juros, reforma tributária, trabalhista e administrativa.
“As deficiências estruturais do Brasil, como carga tributária, juros elevados, burocracia, falta de mão de obra qualificada, estrutura logística e outros continuam onerando nossos custos, agravando nossa situação desfavorável em relação aos competidores internacionais”, ressalta Barbato.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná é o terceiro estado que mais contribui com o PIB do setor, com faturamento de 7,75% do total.
São Paulo vem em primeiro lugar, sendo responsável por 48,3% do faturamento geral. Depois dele, em função da Zona Franca de Manaus, vem o Amazonas, com 21%.
“Na geração de empregos, o Paraná fica em quinto, com 7,01%. São Paulo aparece em primeiro, com 48,6%. Amazonas em segundo, com 10,6%. Minas Gerais em terceiro e Santa Catarina em quarto, respectivamente com 9,8% e 8,7%”, informa a Abinee.
Por área, o setor de automação industrial deve crescer 8% este ano. O de componentes, 7%. Equipamentos industriais e informática, 15% cada um. Já o setor de GTD (Geração, Transmissão e Distribuição), deve elevar seu faturamento em 12% até o final de dezembro.
Fonte: O Estado do Paraná (PR)/Cintia Végas
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