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Yanmar

Empresários vivem uma nova perspectiva econômica

A chegada do casco da P-74 no município de São José do Norte era aguardada por trabalhadores e empresários há um bom tempo. Recentemente, o casco finalmente atracou no Estaleiro EBR. Agora, tem início uma nova expectativa, que é quanto à contratação de mão de obra. A geração de novos empregos e a chegada de novos trabalhadores da região traz uma esperança: o aquecimento da economia. Entretanto, alguns empresários acreditam que o aquecimento pode ser apenas temporário.

Diante de todo esse cenário, desde que o Estaleiro EBR começou a ser implantado na cidade, muitos moradores viram a chance de empreender, e esse foi o caso da nortense Tamires Mesquita, de 26 anos, que abriu o próprio negócio há dois anos e meio. Ela conta que é formada em administração de empresas e que sempre sonhou em abrir o próprio negócio. “Sempre idealizei administrar a minha própria empresa. Foi a realização de um sonho. Abri uma loja de calçados femininos e infantis porque sou apaixonada por calçados e me identifico muito com esse setor”, destaca.


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A empresária salienta que mesmo diante de toda a crise que se instalou no país, conseguiu fazer a loja evoluir. Ela enfatiza que, independente de qualquer situação econômica vivida no Município, ela abriria a própria empresa, mas afirma que a chegada do casco da P-74 dá uma nova perspectiva. “Já estava me organizando financeiramente para abrir o meu negócio, mas a minha expectativa é positiva. Muitas mulheres de trabalhadores do polo vêm comprar aqui. Na verdade, a loja é pequena, mas, aos poucos, estou conseguindo evoluir com a renda da loja, sem precisar fazer empréstimos”, aponta.

Mais expectativa do que retorno

Já a nortense Mônica Neves, empresária há mais de 15 anos e proprietária de dois estabelecimentos comerciais, conta que, na realidade, desde que São José do Norte começou a desenvolver o setor naval, existiram mais perspectivas do que retorno. Ela, que possui uma papelaria e uma loja de presentes e acessórios para decoração, comenta que acabou levando alguns "calotes" de empresas terceirizadas do setor naval que se instalaram no Município.

“Na linha de papelaria eu investi muito. Só que o EBR não compra na cidade. Quem comprava eram empresas terceirizadas. Comecei a vender linha de escritório. Cartuchos, papel, impressão e levei um calote tremendo e ninguém se responsabilizou. Vendi para mais de oito empresas e foram valores bem expressivos que nunca recebi. Foram aproximadamente R$ 30 mil”, desabafa. Ela salienta que não foi a única empresária a ter prejuízos, em função de dívidas que não foram pagas.

Por outro lado, Mônica - que está se formando em gestão financeira - conta que nunca abriu as empresas pensando somente na mudança que São José do Norte teria com a chegada dos novos empreendimentos. Ela lembra que abriu a papelaria há uns 15 anos e, em novembro do ano passado, ela decidiu abrir a loja de presentes e decorações por perceber que ambas tinham retorno.

“Eu tinha a papelaria e comecei a vender materiais de decoração e foi bem aceito. Então a papelaria acabou ficando pequena e tínhamos que ver outro local. Hoje, eu não sei se a chegada de outra plataforma vai refletir no meu negócio, porque tive tanta esperança na outra loja e acabei levando calotes. Tivemos só problemas. Abri essa loja de presentes e decoração porque quando eu vendia na papelaria deu certo”, salienta.

A empresária enfatiza que os clientes que compram nas duas lojas que possui são, na grande maioria, naturais de São José do Norte, mas afirma que tem também compradores de Pelotas e Rio Grande.

Busca diária por melhorias

Questionada sobre o que lhe dá combustível para seguir investindo como empresária, Mônica diz que a satisfação do cliente é o que faz com que ela não desista de melhorar a cada dia. Ela acrescenta que, em razão disso, viaja muito para comprar produtos e atender todos os públicos.

“O que me abastece é o dia a dia. Tem produtos que, às vezes, as decoradoras não encontram nem em Rio Grande ou em Pelotas. Eu tenho muitas decoradoras que compram somente aqui. Na hora que eu compro os produtos, eu olho bem e seleciono. Para oferecer algo com qualidade e mais diferenciado, eu viajo para vários lugares como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro”, ressalta.

A empresária reforça que não cria grandes perspectivas, justamente, por já ter tido uma decepção em outro momento. “A maioria dos meus clientes são daqui mesmo. Esses trabalhadores que vêm de fora não compram aqui. Antes eu até tinha uma perspectiva com relação ao crescimento da cidade, mas vender e não receber não adiantou nada, só me deu prejuízos”, explica.

Ela conta que em termos de emprego, esses empreendimentos não são tão positivos para os moradores da cidade. “O morador daqui não fica com esses empregos e aí não reflete na nossa economia. A maioria das pessoas que ficam com essas vagas são de fora. Então eles não compram estes tipos de produtos, como decoração, para levar pra cidade deles. Se eu fosse pensar neles, não abriria aqui. Não é todo esse bem que todo mundo pensou. Busco melhorar pelos meus clientes, naturais daqui”, pondera.

Outro mercado

O empresário Diego dos Santos Homerich, de 28 anos, natural do Rio Grande e morador de São José do Norte, decidiu abrir um espaço com um produto, segundo ele, bastante diferenciado. Ele, que é formado em administração de empresas, conta que optou por investir em produtos de consumo, por acreditar que neste mercado, geralmente, a crise não afeta. Homerich abriu a loja há um mês e destaca que a escolha por comercializar chocolates de uma marca forte e bem conceituada foi a escolha certa.

O empresário afirma que São José do Norte estava carente de franquias de marcas conceituadas. “Eu optei por comprar uma receita de sucesso. A crise não afeta produtos de consumo. O mercado de vestuário pode até estar em crise, mas o mercado de produtos de consumo nunca está. As pessoas deixam de comprar produtos de vestuário, mas ninguém deixa de comprar produtos para consumir. Se eu investisse em outro ramo, eu teria mais risco. Acho que São José do Norte está em fase de crescimento. Eu não acredito tanto em crise”, destaca.

Com relação a chegada do casco da P-74, Homerich lembra que a expectativa sobre a chegada da plataforma era grande por parte da população. “Demorou e atrasou. As pessoas estavam esperando por isso. São José do Norte é um lugar que precisa ser explorado, pois tem muito a desenvolver. Tem mais nichos para ser explorado”, acredita.

Ele afirma que abriu as portas da sua loja há um mês e que já teve um retorno muito positivo. “A tendência é melhorar, porque o produto tem bastante aceitação. A nossa loja está bem localizada, na principal rua da cidade. Os trabalhadores vêm almoçar no centro e ainda fica na passada da escola. A nossa expectativa é que melhore ainda mais”, finaliza.

Fonte: Jornal Agora (RS)/Aline Rodrigues






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