Uma investigação está em andamento no Japão com implicações no famoso escândalo de emissões da Volkswagen. Mais de quatro mil motores de navios estão sob escrutínio.
O Ministério dos Transportes enviou nesta quinta-feira (25) inspetores a duas fábricas pertencentes à IHI Corp, depois que a gigante japonesa admitiu ter falsificado dados de economia de combustível para motores de navios e ferrovias durante pelo menos 20 anos.
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As investigações começaram nas fábricas da IHI Power Systems em Niigata e Ota depois que a IHI anunciou que os dados de teste de 4.361 motores haviam sido manipulados. A grande maioria – 4.215 – foi para motores de navios para clientes nacionais e estrangeiros. A IHI revelou o escândalo depois que um denunciante fez as acusações pela primeira vez, há dois meses.
Além de falsificarem as taxas de consumo de combustível, os motores podem violar os regulamentos de emissões da Organização Marítima Internacional, com a necessidade de retrofits urgentes para uma parte considerável da frota mercante global.
O ministério tomou medidas para impedir a IHI de vender mais motores até que esteja confiante de que a produção da empresa está atendendo aos padrões exigidos. Os motores de aeronaves da IHI também foram alvo de investigação governamental há cinco anos.
O escândalo de emissões da Volkswagen em 2015 é o exemplo recente mais famoso de fabricantes que enganam conscientemente os clientes. Descobriu-se que o fabricante de automóveis alemão programou intencionalmente motores diesel turboalimentados de injeção direta (TDI) para ativar seus controles de emissões apenas durante testes de emissões de laboratório, o que fez com que a produção de NOx dos veículos atendesse aos padrões dos EUA durante os testes regulatórios. No entanto, os veículos emitiram até 40 vezes mais NOx na condução no mundo real.