Em reunião com Itaú, OSX reduziu preocupações com Hyundai e afirmou que construção do estaleiro está dentro do cronograma
A corretora reduziu o preço-justo das ações da OSX, mas manteve recomendação "acima do mercado" para a empresa. Novo valor (R$ 36,40) sugere um potencial de valorização de quase 130%.
A Itaú Corretora reduziu o preço justo das ações da OSX Brasil (OSXB3) para o final deste ano, de R$ 38,60 para R$ 36,40.
O corte deve-se principalmente às novas estimativas de produção para a OGX Petróleo, principal cliente da empresa. A OSX atualmente tem 48 equipamentos solicitados pela OGX, equivalentes a cerca de US$ 30 bilhões.
A atualização das estimativas também levou em consideração, do lado positivo, os pedidos de um navio lançador de tubos flexíveis (PLSV, em inglês) para a Sapura e 11 navios-tanque para a Kingfish.
O novo preço-alvo corresponde a um potencial de valorização de 128%, porém o Itaú lembra que os investidores veem um risco na concretização deste cenário.
"Uma porção significativa deste potencial depende da habilidade da OGX de transformar recursos prospectivos em reservas", notam os analistas Paula Kovarsky e Diego Mendes, em relatório.
Levando em consideração apenas as 12 unidades requeridas para desenvolver os recursos contingentes da OGX, o caixa verificado no final de 2011, o custo de construção do estaleiro e o exercício da opção de venda, o valor justo deria de R$ 21, ainda oferecendo um potencial de alta de 32%.
Indo mais além na avaliação, os analistas calculam o preço justo levando em conta apenas a carteira de pedidos firmes da OSX, chegando ao valor de R$ 16, próximo ao preço atual da ação.
"Na nossa visão, o mercado está lutando para encontrar boas opções de aplicação para aproveitar os investimentos de Exploração e Produção na América Latina e, apesar do enorme risco de execução, a OSX poderia ser esta opção", resumem Paula e Diego.
A recomendação da Itaú Corretora para a OSX é "acima do mercado" (outperform).
Reunião com a diretoria
Após encontro com o diretor financeiro da OSX, Roberto Monteiro, os analistas da Itaú Corretora também comentaram sobre o status da empresa.
Segundo eles, a Unidade de Construção Naval das Américas no Super Porto do Açu está dentro do cronograma, com 80% do trabalho em terra terminado e 36% do canal dragado.
Além disso, a empresa afastou as preocupações em torno de uma possível saída da Hyundai da parceria na construção do estaleiro. Os rumores surgiram após a saída da Samsung do projeto do Estaleiro Atlântico Sul, da Queiroz Galvão e Camargo Correia, com quem tinha uma parceria semelhante à da OSX com a Hyundai.
De acordo com o Itaú, a OSX informou que o acordo com a Hyundai prevê a participação de 10% no estaleiro, mais a transferência de tecnologia avaliada em US$ 80 milhões e o ganho de royalties pelo uso de seus projetos de construção.
Por fim, Paula Kovarsky e Diego Mendes ressaltaram que Monteiro expressou confiança em pedidos adicionais tanto da OGX quanto de outros parceiros em breve. Entre esses "outros" estão a Sete Brasil e a Petrobras.
Vale lembrar que nesta manhã a OGX confirmou dois novos pedidos de plataformas fixas de produção de petróleo (WHP, na sigla em inglês).
Fonte:Brasil Econômico/Giulia Camillo
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